O Banco Central Europeu (BCE) “não está a equacionar, neste momento”, fazer uma pausa nas subidas das taxas de juro, confirmou Christine Lagarde em Sintra esta quarta-feira. A presidente da autoridade monetária reitera que “muito provavelmente” irá haver mais uma subida em julho, para 3,75%, mas recusa dar mais pistas sobre aquilo que pode acontecer em setembro.

Ainda temos caminho para percorrer“, afirmou Christine Lagarde num painel de debate com os presidentes dos bancos centrais dos EUA, Reino Unido e Japão. A presidente do BCE voltou a confirmar que “muito provavelmente teremos mais uma subida em julho”.

“Quanto a setembro, não quero comentar porque as nossas decisões dependem dos dados e até setembro teremos muito mais dados nas nossas mãos, que nos vão ajudar a tomar uma decisão, e setembro será um mês em que o BCE vai atualizar as suas projeções económicas”, lembrou a francesa.

Taxas de juro vão voltar a subir?

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Acompanhada por Jerome Powell, presidente da Reserva Federal dos EUA, que optou por não subir as taxas de juro na última reunião, Christine Lagarde foi questionada sobre se o BCE também poderá em breve fazer “uma pausa” ou, eventualmente, vir a baixar as taxas de juro. “Isso não é algo que estejamos a considerar neste momento“, atirou Christine Lagarde, notando que as pressões inflacionistas continuam fortes.

Queremos estar num território restritivo por tempo suficiente para baixar a taxa de juro para 2%, que é o objetivo”, disse a presidente do BCE.

“A leitura mais elevada na inflação foi de 10,3%, agora estamos em 6,1%”, notou Christine Lagarde, referindo-se à estimativa do Eurostat para maio. Esse é o nível da inflação medida da forma mais geral, “mas também estamos a olhar para a inflação subjacente”, que exclui o impacto dos preços da energia e dos alimentos não-processados. “Não estamos a ver evidências suficientes de que esteja a descer“, lamentou a presidente do BCE.

Se o BCE já aumentou as taxas de juro em 400 pontos-base, em menos de um ano, o norte-americano Jerome Powell lembrou que a Fed começou mais cedo e já aumentou as taxas de juro em 500 pontos base. Apesar de não ter aumentado os juros em junho, é possível que venha a haver novos aumentos nos próximos meses, admitiu o responsável.

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