“Sou ucraniano, todos deveríamos ser ucranianos.” O desabafo é do chef espanhol José Andrés, fundador da World Central Kitchen, organização não governamental que entrega alimentos a vítimas de desastres naturais.

“Um centro comunitário em Orikhiv, região de Zaporíjia, onde a WCKitchen tem ajudado com comida e água, foi destruído por um míssil russo. A Rússia continua a matar civis. Pelo menos quatro morreram”, escreveu o chef Andrés no Twitter.

Entre os comentários à partilha do chef espanhol, encontra-se o de Alexander Kamyshin, membro do Governo ucraniano. “É difícil ouvir isto”, escreveu o detentor da pasta das Indústrias Estratégicas na Ucrânia. “Foi a primeira ajuda em grande escala desde que a Grande Guerra começou. E continua a ser importante.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Não é a primeira vez que o trabalho de Andrés é alvo de ataque na Ucrânia. No início da guerra, em abril de 2022, um míssil russo atingiu a cozinha que estabeleceu em Kharkiv. Quatro pessoas, todas da equipa de Andrés, ficaram feridas.

Apesar disso, o cozinheiro premiado pela Michelin fez questão de viajar até ao país em guerra para servir pessoalmente os mais afetados pelo conflito. “Dar comida no meio de uma guerra sem sentido é um ato de coragem, resiliência e resistência… e nós vamos continuar cozinhando”, escreveu Andrés, nessa altura, no Twitter, garantindo que a operação ia continuar.

Nos primeiros meses de guerra, Andrés chegou a ter sete cozinhas da World Central Kitchen na fronteira com a Polónia, que serviam refeições quentes 24 horas por dia. Até à data, segundo a organização, já foram servidas cerca de 300 milhões de refeições em zonas devastadas por conflitos e desastres naturais.