“Sou ucraniano, todos deveríamos ser ucranianos.” O desabafo é do chef espanhol José Andrés, fundador da World Central Kitchen, organização não governamental que entrega alimentos a vítimas de desastres naturais.
“Um centro comunitário em Orikhiv, região de Zaporíjia, onde a WCKitchen tem ajudado com comida e água, foi destruído por um míssil russo. A Rússia continua a matar civis. Pelo menos quatro morreram”, escreveu o chef Andrés no Twitter.
In Orikhiv a community center, Zaporizhzhia region, Unbreakabke point shelter, where @WCKitchen has been helping with food and water,was destroyed by a Russian missile,????Russia keeps killing civilians….4 at least died…Im ukranian , We all should be Ukranians! #ChefsForUkraine pic.twitter.com/otGuBv6Zz8
— Chef José Andrés ????️???????? (@chefjoseandres) July 10, 2023
Entre os comentários à partilha do chef espanhol, encontra-se o de Alexander Kamyshin, membro do Governo ucraniano. “É difícil ouvir isto”, escreveu o detentor da pasta das Indústrias Estratégicas na Ucrânia. “Foi a primeira ajuda em grande escala desde que a Grande Guerra começou. E continua a ser importante.”
Não é a primeira vez que o trabalho de Andrés é alvo de ataque na Ucrânia. No início da guerra, em abril de 2022, um míssil russo atingiu a cozinha que estabeleceu em Kharkiv. Quatro pessoas, todas da equipa de Andrés, ficaram feridas.
Apesar disso, o cozinheiro premiado pela Michelin fez questão de viajar até ao país em guerra para servir pessoalmente os mais afetados pelo conflito. “Dar comida no meio de uma guerra sem sentido é um ato de coragem, resiliência e resistência… e nós vamos continuar cozinhando”, escreveu Andrés, nessa altura, no Twitter, garantindo que a operação ia continuar.
Nos primeiros meses de guerra, Andrés chegou a ter sete cozinhas da World Central Kitchen na fronteira com a Polónia, que serviam refeições quentes 24 horas por dia. Até à data, segundo a organização, já foram servidas cerca de 300 milhões de refeições em zonas devastadas por conflitos e desastres naturais.