A leitura da decisão instrutória do processo BES/GES, que estava prevista para esta sexta-feira, dia 14 de julho, vai ser adiada para o dia 31 de julho por ainda não estar concluída.
“Em face do atual estado de elaboração da decisão instrutória nos presentes autos, não se afigurando que a mesma esteja concluída na data já agendada para a respetiva leitura, importa dar sem efeito a mencionada data, assim obviando aos inconvenientes associados à deslocação de todos os intervenientes processuais e à logística necessária para aquele efeito”, pode ler-se no despacho a que o Observador teve acesso.
Em causa está um despacho assinado pelo juiz Pedro Santos Correia, que solicitou que se “desconvoque” a leitura prevista para o término da decisão instrutória e que se adie a mesma para 31 de julho.
A acusação. Anatomia de uma associação criminosa que destruiu o Grupo Espírito Santo
Ricardo Salgado foi acusado de 65 crimes — entre um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, seis de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e nove de falsificação de documento. Na prática, a acusação de Salgado, que tem milhares de páginas e foi elaborada por uma equipa de sete procuradores liderada por José Ranito , foca-se numa alegada associação criminosa que terá envolvido Amílcar Morais Pires (ex-administrador financeiro do BES), Isabel Almeida (ex-diretora do BES) e mais oito altos funcionários do Departamento Financeiro, Mercados e Estudos (DFME) e dois responsáveis da sociedade suíça Eurofin.