Durante a Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre 1 e 6 de agosto em Lisboa, as deslocações do Papa Francisco feita de carro vão ser limitadas, a pedido do Vaticano, revelou D. Américo Aguiar, presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, esta quinta-feira, em entrevista à RTP.
“Temos tido cuidado, até no desenhar do plano, de evitar a entrada e saída do Papa de automóvel, o que lhe causa alguma dificuldade. Em vez das três instituições que ia visitar, passou a uma, no bairro da Serafina. As outras deslocam-se para o bairro da Serafina, para evitarmos três deslocações. A única recomendação que nos fazem é evitar que o Santa Padre tenha de duplicar deslocações automóveis“, explicou o responsável.
D. Américo Aguiar não quis especular sobre o destino da JMJ caso o Papa Francisco não esteja presente, por motivos de saúde. “Não há plano B nem C. Há o plano F, de Francisco”, garantiu.
Questionado sobre os abusos no seio da Igreja Católica e encontro previsto do Papa Francisco com algumas das vítimas portuguesas, o presidente da Fundação JMJ explicou que não sabe “quantas pessoas vão estar envolvidas, mas está [o encontro] está a ser preparado com muito carinho”. “Isto encaixa no caminho que estamos a fazer para que não volte a acontecer e para que as vítimas tenham o lugar que merecem. Não esqueçamos que a dor não prescreve e por isso o encontro com o Papa é muito importante”, realçou D. Américo Aguiar.
Lisboa vai acolher 42 mil peregrinos em 100 escolas
A capital portuguesa vai acolher, nas escolas do concelho, dezenas de milhares de peregrinos. “Abrimos mais de cem escolas, onde vamos ter 42 mil peregrinos. Outros ficarão noutras autarquias, vêm de autocarro”, revelou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, esta quinta-feira, em entrevista à RTP.
Questionado sobre o dispositivo de segurança montado para o evento, o autarca referiu que “a segurança é uma responsabilidade do Estado”. No entanto, a Câmara tem “estado em contacto diário com o serviço de segurança”. A partir de dia 1 de agosto, terça-feira, e “durante a semana a cidade estará mais fechada, porque [a JMJ] vai ser no Parque Eduardo VII”, explicou Moedas, acrescentando que, “depois no fim de semana tudo se passa aqui [no Parque Tejo] e a cidade estará mais aberta”. “Vamos ter muita gente a andar na cidade, Lisboa vai ser o centro de tudo”, disse ainda o autarca.
Sobre o altar palco instalado no Parque Tejo, na zona da Expo, e que ainda não está pronto — apesar de a sua construção já ter sido concluída –, Carlos Moedas garantiu que a infraestrutura “ficará aqui para uso futuro” e que se trata de “uma obra extraordinária, que será um legado para cidade”. “Dos 35 milhões que vamos investir na JMJ, 25 milhões (uma grande parte aqui) serão para o futuro da cidade”, garantiu o presidente da Câmara de Lisboa, revelando que tem “um sentimento de orgulho por aquilo” que a CML fez.
O autarca disse “o legado das Jornadas vai ser os jovens dizerem o que querem para o seu futuro: o que vai ser o futuro da humidade em termos de sustentabilidade, IA e digital”, sublinhou Carlos Moedas, garantindo que “o que Lisboa e o Papa querem é que a JMJ vá para além de uma jornada católica”.