“Rigor” e “transparência”. É com estes argumentos que a líder da Comissão Técnica e Independente para a escolha do local do novo aeroporto, Rosário Partidário, se defende das críticas que o ex-líder do CDS Paulo Portas lhe dirigiu, acusando a professora catedrática de estar a coordenar apenas uma “comissão de promoção de Alcochete”.

Numa nota enviada às redações, Rosário Partidário recorda que a comissão integra sete especialistas “com diferentes valências”, assegurando que todos “trabalham de forma integrada e rigorosa”, e faz questão de sublinhar que apesar de ter sido nomeada pelo primeiro-ministro o processo envolveu várias entidades (foi proposta pelos Presidentes do Conselho Superior de Obras Públicas, pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e pelo Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável).

Frisando que as decisões não estão nas suas mãos, dependendo antes do “consenso” dos sete membros, Partidário assegura que o trabalho da comissão é “transparente, participado e escrutinado permanentemente” por uma comissão de acompanhamento com mais de 30 representantes de instituições, autarquias e especialistas.

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Além disso, Partidário rebate uma crítica que Portas lhe dirige — recordando que no seu currículo consta o trabalho, em 2008, numa proposta que favorecia a opção de Alcochete — dizendo que nesse caso, onde se comparava essa hipótese com a da Ota, se tratava de uma “uma comparação entre duas soluções que seguiu um conjunto de critérios então apropriados ao objetivo”.

A ideia agora é diferente, defende: “O mandato da CTI, em 2023, para a Avaliação Ambiental Estratégica do aumento da capacidade aeroportuária da Região de Lisboa é um exercício muito distinto e muito mais complexo, envolvendo múltiplos grupos de interesse. A CTI tem por missão fornecer ao decisor político uma avaliação que lhe permita escolher a melhor solução para o país”.

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A resposta surge depois de o antigo presidente do CDS ter dito, no seu comentário de domingo na TVI, estar “muito preocupado com o que está a acontecer na chamada comissão técnica”, que acusa de parcialidade.

“Ou é uma comissão técnica independente ou é uma comissão de promoção de Alcochete, são duas coisas completamente diferentes. Não nos vendam é depois que é uma comissão imparcial”, atirou durante o comentário, aconselhando Partidário a ter “algum cuidado com os sinais de independência que dá”. “Porque se já tem uma posição não é preciso ter comissão nenhuma. E se não está à espera dos trabalhos para consolidar a sua ideia, então não é preciso fazer comissão nenhuma”, rematou.