Numa altura em que o mercado dos veículos eléctricos está a aquecer, com a chegada de mais e melhores modelos, a Mini sentiu necessidade de substituir o antigo Mini, com uma autonomia de somente 233 km, por algo mais generoso e competitivo. A concorrência está cada vez mais bem apetrechada, pelo que a marca britânica tratou de quase duplicar a autonomia para disputar o mercado com mais argumentos.
Primeiro, a Mini assegurou a competitividade em preço, deslocando a produção do Reino Unido para a China, apesar das ajudas que o Grupo BMW, a que pertence, recebeu do Governo alemão. Fabricado na China, pela joint-venture que a BMW mantém ali com o construtor local Great Wall, controlado pelo Estado comunista, o novo Cooper SE (a denominação mantém-se) não cresce face à geração actual, continuando em torno dos 3,8 metros de comprimento.
O comprimento não se altera, mas a distância entre eixos deverá crescer consideravelmente, tanto mais que é necessário alojar um pack de baterias de maiores dimensões, para incrementar a autonomia. O aumento da distância entre eixos torna-se evidente a partir da constatação que o novo Mini Cooper SE goza de uma distância mais curta entre o eixo dianteiro e a extremidade frontal, com a ausência da necessidade de alojar um motor de quatro cilindros e a respectiva caixa de velocidades, um conjunto substancialmente mais volumoso do que um motor eléctrico, a permitir este ganho, o mesmo acontecendo em relação ao eixo traseiro.
Se o actual Mini Electric monta um motor à frente com 184 cv, o novo Cooper SE Electric vai oferecer duas motorizações, uma com os mesmos 184 cv e outra mais possante com 218 cv, destinada às versões mais dinâmicas. Para alimentar a mecânica, o construtor irá propor duas capacidades de bateria, todas elas superiores aos actuais 32,6 kWh. Os Mini Cooper SE Electric vão disponibilizar um acumulador com 40,7 kWh, capaz de assegurar a capacidade de percorrer 300 km entre recargas, e um outro pack com 54,2 kW, cuja autonomia chega aos 400 km. Resta esperar que também a potência de carga evolua dos actuais 50 kW para um valor que reduza o tempo necessário de estar ligado à rede para recarregar a bateria.
Tão importantes quanto a evolução da mecânica são as alterações no habitáculo, com o tablier a assumir um estilo menos volumoso, para transmitir uma maior sensação de espaço interior. Simultaneamente, o tradicional ecrã redondo ao centro evolui para um painel circular com as mesmas dimensões, mas capaz de exibir múltiplas informações, como pode ver no vídeo.