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Autocarros vindos de Madrid (Espanha) com peregrinos a caminho da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegam, a “conta-gotas”, à Área de Serviço de Estremoz da A6, no distrito de Évora, para a derradeira paragem antes de Lisboa.

Num “entra e sai” constante de autocarros, algumas dezenas vão preenchendo o parque de estacionamento desta área de serviço da autoestrada 6 (A6), enquanto na entrada, por vezes, chegam a formar-se pequenas filas. A pouco mais de 150 quilómetros de Lisboa, esta deverá ser a última paragem antes da chegada à capital portuguesa e muitos peregrinos aproveitam para se alimentar, ir à casa de banho ou apenas esticar as pernas.

É o caso de Miguel González, de 45 anos, sacerdote em Madrid, que conta à agência Lusa que madrugou um pouco, pois a viagem de autocarro desde a capital espanhola iniciou-se às 5h locais (4h em Lisboa).

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Esta será a 8.ª JMJ para Miguel e, por isso, já sabe o que o espera, ou seja, “dormir pouco, passar calor, comer o que há e estar apertado e esperar”, mas “não há problema”, porque acredita que vai ser divertido e que vai ver o Papa Francisco.

“Se visse o Papa de perto era estupendo. Todos o veem e o abraçam e nunca estive perto dele. De João Paulo II sim e de Bento XVI também, mas, deste, nunca estive perto, mas, se Deus quiser, hei de o ver de perto”, afirma.

Na Área de Serviço de Estremoz, a concessionária tem montadas, desde quinta-feira e até 08 de agosto, casas de banho amovíveis e uma tenda que funciona como bar e onde os peregrinos podem comprar bebidas e comida.

“Hoje é o dia mais intenso, mas já estávamos à espera”, conta à Lusa Ana Oliveira, que está atrás de um balcão improvisado.

Tal como Miguel, também Steffani Santiago, uma porto-riquenha de 33 anos, viaja desde Madrid, onde vive há três anos com as Irmãs Carmelitas Santa Teresa e São José, e é repetente no evento, já que esteve nas JMJ de Madrid, em 2011, e do Panamá, em 2019.

“Sinto que foi uma experiência que me ajudou a encontrar-me com o Senhor e a revitalizar o amor por Deus e descobri que a juventude, no entanto, não está perdida. Temos esta alegria e esta energia e é isso que nos motiva a vir outra ver”, sublinha.

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Acompanhado pela mulher e por dois filhos, David Negrón, de 50 anos, que diz ser “uma juventude avançada”, vem igualmente de Madrid para participar, pela primeira vez, numa JMJ.

“Tinha a oportunidade de ficar em casa sozinho, sem mulher e sem filhos e a descansar, porque trabalhei muito este ano, mas tornou-se muito claro que o meu lugar era aqui“, salienta, notando que, ainda que fique mais cansado, vai estar “mais contente”.

Integrada num grupo animado de jovens, Laura Vangone, de 20 anos, também se estreia numa JMJ e confessa que está a gostar do “ambiente do encontro”, dado que já teve uma amostra durante a viagem desde Madrid.

“Vem tanta gente por uma causa. Estou a adorar este ambiente de encontro. Durante a viagem, jogámos ao bingo e cantámos muito. Estou quase afónica”, diz esta jovem, que tem família alemã e, por isso, carrega as bandeiras dos dois países.

Durante a manhã e, pelo menos, até ao início da tarde, o movimento de autocarros na A6 manteve-se intenso.