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Os jovens, o amor e os carros: relações rápidas

Este artigo tem mais de 1 ano

A geração que é capaz de transformar qualquer coisa numa tendência do TikTok também vai agitar o mercado automóvel, com novos requisitos em termos de experiência de compra e utilização.

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Getty Images/iStockphoto

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Amizades coloridas, speed dating ou o mais recente situationship, que significa estar numa situação de proximidade romântica com alguém, mas sem definições ou rótulos, são expressões comuns no vocabulário dos mais jovens. A Geração Z parece apostar mais na amizade do que nos ideais do amor, evitando frustrações e expectativas irrealistas.

Um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que envolveu 500 participantes da Geração Z e Millennials do Reino Unido e dos EUA permitiu concluir que apenas 10% dos jovens pretendem assumir um compromisso numa relação amorosa.

A tecnologia e a conectividade digital transformaram a forma como os jovens se relacionam. As redes sociais, o vídeo em direto, as mensagens instantâneas e as plataformas de partilha de conteúdos garantem-lhes a sensação de estar sempre conectados, independentemente da distância física.

Isso cria uma sensação de comunidade global e permite que as relações sejam mantidas mais facilmente à distância, mesmo em diferentes partes do mundo. A crescente preocupação com o planeta e a sustentabilidade também têm impactos significativos nas dinâmicas sociais e nos comportamentos.

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Elétricos e alugados

Se é verdade que a Geração Z está a transformar os relacionamentos pessoais, o mesmo se verifica nos hábitos de consumo, em particular no que diz respeito aos automóveis. Na prática, se existe erosão entre os que ainda esperam encontrar “a tal” alma gémea, com os carros não é diferente uma vez que o automóvel de sonho vai deixando de fazer parte do imaginário dos adolescentes. São mais pragmáticos e apenas querem usar o carro como qualquer outro dispositivo no dia a dia, um meio para atingir um fim.

A pesquisa mais recente da McKinsey, publicada em abril, refere que quase 55% dos consumidores da Geração Z estão disponíveis para partilhar os seus veículos com outras pessoas. O mesmo estudo também identifica o crescimento do interesse em soluções integradas de mobilidade partilhada.

Mais compactos e utilitários

A tendência elétrica é confirmada por 50% dos inquiridos da Geração Z, na Europa. Um em cada dois Zoomers respondeu que vai comprar um carro elétrico. Os modelos mais pequenos e compactos são também a escolha de 64% dos jovens, muito acima das outras faixas etárias. Outra conclusão relevante é a maior preferência pela modalidade de aluguer, indicando que a propriedade dos veículos deve ser cada vez mais flexível.

A Geração Z é também mais consciente do preço de compra, apontado como principal fator de decisão por metade dos inquiridos. O estudo revela ainda que a maioria dos clientes da Geração Z gostaria de iniciar a jornada de compra de carro online, através de plataformas como o PiscaPisca.pt. Entre os maiores atrativos desta opção encontramos a possibilidade de obter uma cotação e garantir o financiamento antecipado do veículo online, antes de se deslocar ao concessionário. Nas conclusões da McKinsey, mais de 55% dos compradores da Geração Z pretendem comprar o próximo carro online, o que reafirma a mentalidade digital destes jovens.

Mais uso e menos propriedade

Na era da subscrição, popularizada por marcas como a Amazon, Netflix ou Spotify, podemos usar quase tudo como um serviço em vez de possuir os meios necessários de modo permanente. Esta tendência também se reflete ao nível das opções de mobilidade, uma área onde se verifica uma transferência do modelo de propriedade para uma lógica de serviços contratados que valorizam a experiência do utilizador.

As gerações mais jovens revelam interesse decrescente em ter carros comparativamente às gerações anteriores. Preferem opções alternativas, como o uso partilhado dos veículos que começa pelas bicicletas, trotinetas e também já inclui os automóveis. A juntar a isto, a melhoria no transporte público, as redes de boleias e o aluguer de curta duração contribuem para que os mais jovens evitem comprometer-se com a propriedade de carro próprio a longo prazo, como fizeram os seus pais e avós.

Esta mudança é atribuída a diversos fatores tais como a urbanização crescente, a maior consciência ambiental, a inovação tecnológica e a esmagadora preferência por estilos de vida mais flexíveis e descontraídos, menos associados à responsabilidade de manter um automóvel que acaba por estar parado na maior parte do tempo.

Novas tendências

Ao longo da nossa evolução, as gerações mais jovens sempre adquiriram perspetivas novas e diferentes sobre múltiplos aspetos da vida em relação às gerações anteriores. A expressão inglesa generation gap é um clássico na literatura, usado desde os anos 1960 para descrever o fosso entre gerações, em que os mais novos se posicionam de modo a contrariar aquilo que a geração anterior defendia e praticava, seja em termos de valores, opções políticas ou gostos culturais.

Embora as preferências individuais possam variar nas diferentes regiões do mundo, no que toca à relação com o automóvel existem algumas tendências genéricas que podemos resumir:

1. Preferência por carros usados: as gerações mais jovens optam por comprar carros usados em vez de novos. Em parte, devido a restrições financeiras porque os carros usados são mais acessíveis, mas também porque a ideia de comprar usado está alinhada com o desejo de ser mais consciente em termos ambientais, reduzindo o desperdício e prolongando a vida útil dos veículos. As marcas têm acompanhado esta evolução, sendo um exemplo disso a plataforma PiscaPisca.pt, que lançou, em Maio, o primeiro ecossistema sobre Mobilidade Verde –  PiscaGreen – com o objetivo de simplificar a procura ao consumidor português para este tipo de produtos, mas com conteúdos e serviços adicionais sobre a mobilidade verde. Trata-se de mais uma inovação introduzida pela plataforma no mercado português, que procura ajudar o consumidor na transição energética, contribuindo para alcançar as metas ambientais e a descarbonização da mobilidade.

2. Foco no valor e na funcionalidade: um dos aspetos mais marcantes da nova geração de consumidores é a prioridade dada ao valor e à funcionalidade em detrimento de escolhas definidas por conceitos de imagem ou símbolos de estatuto social. Estes novos consumidores são mais propensos a pesquisar e fazer comparações entre diferentes modelos de automóveis de modo a encontrar a opção que melhor se ajusta às necessidades e ao orçamento disponível. Fatores como a eficiência ao nível dos consumos de combustível e manutenção, fiabilidade, tecnologias de segurança e de apoio à condução assim como a conectividade digital, são fulcrais no processo de tomada de decisão.

3. Condução mais tecnológica: nasceram na era das tecnologias digitais e preferem carros que possam facilmente integrar-se num estilo de vida conectado à Internet. Recursos como Bluetooth, rede Wi-Fi e a plena integração com o smartphone são considerados essenciais pelas novas gerações. Valorizam bastante os sistemas de informação e entretenimento que permitem ouvir música, ver vídeos, consultar emails e redes sociais, além da navegação e câmaras de estacionamento. As tecnologias de assistência ao condutor são outro atrativo frequentemente apontado como fator decisivo pelos novos consumidores.

4. Mentalidade de partilha: a geração mais jovem está mais virada para a adoção de novas alternativas de transporte e para a partilha de recursos. Em vez de querer ter um carro, como aconteceu até à geração X, os jovens optam agora por explorar novos serviços de car sharing, plataformas de partilha de boleias e também preferem usar um carro em modo de subscrição. O modelo conhecido como Car as a Service permite o uso de veículos apenas quando é necessário, sem o compromisso de compra e manutenção que a propriedade implica a longo prazo.

5. Consciência ambiental: a maioria dos jovens mostra-se mais preocupada com o meio ambiente e com os efeitos da poluição provocada pelos meios de transporte.  A sustentabilidade e a redução da pegada de carbono influenciam as suas escolhas, incluindo a forma como se deslocam. Neste sentido, os jovens da geração Z e os mais novos Alfa, nascidos depois de 2010, preferem usar carros híbridos ou elétricos, além de usarem mais o transporte público e meios leves como bicicletas e trotinetas.

6. Pesquisa, compara e compra online: a experiência digital e a omnipresença da internet no dia a dia dos consumidores mais jovens influencia bastante o modo como consomem informação e acedem às ofertas disponíveis no mercado. Pesquisar e comparar diferentes modelos de carros, equipamentos e opções é uma tarefa fácil e habitual, assim como ver vídeos de testes realizados por jornalistas e youtubers. Além de terem acesso aos dados e às avaliações, ainda podem verificar os preços e as campanhas mais favoráveis. As plataformas online, como o PiscaPisca.pt, oferecem a transparência e a conveniência que permitem tomar decisões informadas e com confiança, para que os negócios de compra e venda sejam sempre igualmente benéficos para ambas as partes.

É importante salientar que estas tendências não são universais e as preferências podem variar bastante, consoante a região do globo e a cultura. No entanto, no ocidente em geral as gerações mais jovens dão prioridade à funcionalidade e à integração tecnológica, revelando mais preocupação com a sustentabilidade e a relação custo/benefício quando se trata da propriedade do carro, o que acaba por se refletir na maior preferência por usados em vez de novos.

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