É uma ameaça que se repete. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) voltou a recomendar que Veneza fosse inserida na lista de locais considerados património mundial em risco, considerando os danos quase “irreversíveis” provocados na cidade italiana — erguida em várias ilhas sobre uma lagoa do Mar Adriático — por diferentes fatores, desde o turismo em massa às alterações climáticas. A acontecer, Veneza perderia a classificação de Património da Humanidade, que detém desde 1987.
“Os efeitos da deterioração continua provocada pela intervenção humana, incluindo desenvolvimento continuado, os impactos das alterações climáticas e do turismo de massa ameaçam causar danos irreversíveis no valor universal excecional” do património, declarou, em comunicado citado pelo The Guardian, a UNESCO. A Organização refere “eventos climáticos extremos”, o “aumento do nível do mar” e ainda a construção de imóveis “suscetíveis de causar grande impacto visual negativo”.
Veneza pode entrar na lista de patrimónios em perigo da UNESCO
De acordo com o relatório elaborado por um painel de especialistas, são problemas “antigos”, porém “urgentes”, agravados pela “baixa eficiência e coordenação” das autoridades locais e pela “ausência de progresso significativo”, considerando, sobretudo, que já em 2021 Veneza correu o risco de juntar-se à lista do património em risco.
A recomendação será agora votada pelos Estados-membros numa reunião do comté do Património Mundial a decorrer entre 10 e 15 de setembro, em Riade, na Arábia Saudita.
