Os recordes mundiais de calor continuam a cair. Depois de junho, o mês de julho foi o mais quente desde que há registo. Ligar o ar condicionado é provavelmente a primeira ideia que surge quando alguém pensa em refrescar-se. No entanto, em países como Espanha, Japão ou China, há diferentes soluções – e inovadoras – parar lidar com dias de muito calor. Entre elas, estão as famosas facekini, festas de água ou aquedutos que arrefecem o ar.
Em Espanha, uma localidade de Madrid organiza anualmente uma festa cujo objetivo é refrescar todos os participantes. A “Batalla Naval” – este ano celebrada a 16 de julho – ajudou os milhares de pessoas que se juntaram nas ruas de Vallecas e se divertiram com pistolas e balões de água a suportar o calor.
❤️ Vallekas pic.twitter.com/zXoDfKxHUy
— Bruno Thevenin (@BrunoThevenin) July 16, 2023
Mais a sul, Sevilha recebe uma brisa fresca vinda da CartujaQanat, uma experiência arquitetónica com soluções de arrefecimento que não dependem da queima de combustíveis fósseis que aquecem o planeta. O local inclui dois auditórios, espaços verdes, um passeio, uma zona de sombra com bancos e o qanat, uma rede de aquedutos subterrâneos pode baixar a temperatura ambiente até 10 graus Celsius. O qanat utiliza apenas ar, água e energia solar e é inspirado no modelo dos antigos túneis escavados para levar água aos campos agrícolas.
“Não se trata de um sistema de ar condicionado como o que se tem em casa”, explicou Juan Luis López, supervisor do projeto, citado na Bloomberg. “Utilizamos técnicas e materiais naturais para reduzir as temperaturas”, afirmou.
♻️ Un proyecto de transformación urbana basado en tecnologías bioclimáticas innovadoras. Cartuja Qanat es una de las iniciativas que #Sevilla pone en marcha impulsando la colaboración público-privada en la estrategia municipal contra el cambio climático. pic.twitter.com/9QNjxf3cee
— Sevilla City Office (@SevillaTourism) May 3, 2023
“O objetivo é testar a tecnologia, aprender com ela e afiná-la para podermos replicar o que funciona noutros locais”, acrescentou Juan Luis López.
No Japão, muitos são os que já aderiram à moda dos casacos-ventoinha. Quem vê de fora pode pensar que é um insuflável, mas é apenas o efeito do vento. Quando o casaco está fechado, as ventoínhas interiores ajudam a criar um microambiente pessoal com uma brisa para manter as pessoas frescas.
Outra forma de os japoneses se manterem frescos é “atirar fora o calor”. Uchimizu é uma prática antiga que consiste em atirar cuidadosamente baldes de água para a rua. Segundo a tradição, esta prática ajuda a arrefecer a temperatura do ar e a diminuir o pó.
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Onda de calor na China trouxe as facekini de volta. À Europa, a tendência não chegou
Já na China, o calor tem sido combatido por muitos com as famosas facekini. A moda já é antiga mas as temperaturas altas no país asiático obrigaram muitos a tirar o acessório da gaveta. Composta por “face” (“cara” em inglês) e bikini, a peça de vestuário é complementar ao fato de banho e podemos descrevê-la como uma máscara que cobre toda a cara, deixando apenas à vista os olhos, a boca e, por vezes, o nariz. Mas não serve só para a praia. Apesar de, em parte, o seu uso continuar a ter na origem a preferência por uma pele clara, as facekini têm como objetivo proteger a pele do sol e dos raios ultravioleta.