A primeira plataforma específica para veículos eléctricos do Grupo Volkswagen foi a MEB, de que nasceram modelos como os VW ID.3, ID.4, ID.5 e ID. Buzz, além do Audi Q4 e-tron, Skoda Enyaq e Cupra Born. A esta seguiu-se pouco tempo depois a J1, sobre a qual assenta o Porsche Taycan e o Audi e-tron GT quattro, tendo os primeiros modelos originados por uma e outra base começado a ser fabricados em 2019.

Porém, passados quatro anos, vão ambas ser descontinuadas. A MEB irá evoluir em breve para MEB+, para ser mais leve e mais rápida de fabricar, enquanto a J1 será substituída pela SSP Sport no sucessor do Taycan, enquanto o Macan e o Cayenne eléctricos vão recorrer à PPE, tal como o Audi Q6 e-tron. Estas duas últimas estão atrasadas, alegadamente devido a problemas de software, mas não é impossível que as limitações não fiquem por aqui.

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O gigante alemão não revela os motivos que levaram algumas das marcas a procurar fornecedores de plataformas fora do grupo, mas certamente não foi por estarem convencidas que o material que existia em casa era o melhor do mercado, seja em potencial tecnológico, seja em termos de versatilidade ou rapidez de produção. Daí que a indústria automóvel mundial se tenha espantado com a decisão da Audi se associar à SAIC para usufruir das suas plataformas. Este construtor chinês é um dos que possui uma joint venture em duas fábricas com o Grupo VW para produzir carros alemães no país asiático, sendo o outro a FAW (com três fábricas em joint venture), com ambos os construtores locais a pertencer ao Estado chinês.

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Segundo a Audi, o objectivo do reforço da parceria com a SAIC é o desenvolvimento de plataformas em conjunto. Significa isto que, se não for utilizada uma base pré-existente da SAIC, teremos de esperar um mínimo de três a quatro anos para ver o primeiro veículo com a nova base chinesa e software associado. Basta lembrar que a MEB necessitou de quatro anos até dar origem ao ID.3.

Ainda não recompostos pela aquisição de plataformas à SAIC pela Audi, eis que também a Volkswagen anunciou que vai recorrer à XPeng, outro fabricante com sede na China e escritórios na Califórnia, de que o Grupo VW adquiriu 4,99% por cerca de 700 milhões de dólares. Um pouco à semelhança do que acontece com os croatas da Rimac, o objectivo é partilhar tecnologia da XPeng ao nível das plataformas e software (a base do XPeng P7 parece ser um dos objectivos), visando produzir veículos com custos inferiores para serem mais competitivos, na China e não só, onde os alemães têm visto a sua quota descer.

Mas é provável que o Grupo VW pretenda igualmente aceder à tecnologia de condução autónoma que a XPeng já está a testar na Califórnia, solução que o grupo alemão acredita vir a ser determinante muito em breve em alguns dos mercados. Além do software, as plataformas deverão ser o principal motivo de interesse da associação aos chineses, com a Audi a pretender ter acesso à IM Motors, a base do sedan SAIC L7 e do SUV LS7, ambos com arquitectura a 800V. De recordar que o último CEO da Audi, Markus Duesmann, foi afastado por não ter criado veículos eléctricos competitivos para o mercado chinês, o maior mercado para este tipo de tecnologia.