O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse esta quarta-feira que o crescimento do desemprego em Portugal no segundo trimestre do ano “não é dramático”, acrescentando, porém, que é preciso investigar as razões para esta evolução negativa.
“É uma notícia que, apesar de ter crescido o desemprego, não é dramático. Temos de investigar quais são as razões, mas a meu ver, nesta altura, não é um grande sinal de alerta ou de perturbação“, afirmou o ministro, em declarações à margem da cerimónia de inauguração do Festival do Bacalhau, em Ílhavo, no distrito de Aveiro.
António Costa Silva reagiu assim aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao segundo trimestre, divulgados esta quarta-feira, e que apontam para uma taxa de desemprego de 6,1%, o que representa uma subida homóloga de 0,4 pontos percentuais e uma descida de 1,1 pontos face ao trimestre anterior.
Questionado pela Lusa, o ministro disse que é preciso olhar com “calma e ponderação” para os números do INE, considerando que a taxa de desemprego registada no segundo trimestre “continua a ser baixa ao nível dos mínimos históricos do país”.
O responsável pela pasta da Economia referiu-se também ao “ligeiro declínio” nas exportações, notando que no primeiro trimestre as exportações cresceram.
“Se olhar para os produtos farmacêuticos, tivemos um crescimento de 155%. Se olhar para a indústria de componentes, tivemos um crescimento de 22,5%. A indústria alimentar cresceu mais de 15%, a metalomecânica mais de 20%”, lembrou, considerando natural que o país não consiga manter durante o ano todo este nível de exportações.
Apesar do cenário que se vive na Europa, com alguns países em situação de recessão e a situação da Alemanha com “a economia estagnada”, o governante destacou que a economia portuguesa tem mostrado “uma resiliência grande”.
“A capacidade que as nossas empresas têm de diversificar os mercados exportadores é absolutamente extraordinária”, observou o ministro, adiantando que espera que estes “condicionalismos negativos” existentes em algumas economias europeias de “estagnação e provavelmente de recessão” não tenham “um impacto ainda muito significativo” este ano.
O ministro transmitiu, também, uma mensagem de “serenidade”, salientando que, apesar de tudo, com a guerra na Europa e os “efeitos graves” que ela coloca, a economia portuguesa “está a responder e vai continuar a responder”.
O INE apresentou também esta quarta-feira os resultados das exportações e importações que recuaram 4,9% e 6,1%, respetivamente, no segundo trimestre em termos homólogos.