As Nações Unidas anunciaram na terça-feira um acordo com a Síria para reabrir, durante seis meses, a principal passagem de fronteira da Turquia para o noroeste do país, controlado pelos rebeldes.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, saudou o “entendimento” alcançado após negociações entre o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, e as autoridades sírias, disse Farhan Haq, porta-voz da organização internacional.

O acordo permitirá a reabertura da travessia de Bab al-Hawa, que nos últimos anos tinha sido a principal via de entrada, responsável por 85% da ajuda humanitária entregue na província de Idlib.

Horas antes, a Síria tinha também prolongado até 13 de novembro a autorização para que as Nações Unidas forneçam ajuda às zonas não controladas por Damasco no norte do país utilizando as passagens de Bab al Salam e Al Rai com a Turquia.

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Esta permissão tinha sido inicialmente concedida à organização na sequência dos devastadores sismos de fevereiro passado.

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Estas duas passagens assumiram particular importância desde julho, quando o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu obter um acordo para manter aberta a passagem de Baba al Hawa.

A 11 de julho, a Rússia vetou a resolução no Conselho de Segurança que prolongava por nove meses o mecanismo de ajuda transfronteiriça à Síria, através do qual a assistência humanitária era entregue sem necessidade de consentimento do Governo sírio.

Rússia veta resolução que prolongava por nove meses ajuda transfronteiriça à Síria

As Nações Unidas consideravam como inaceitáveis as condições impostas por Damasco.

A ONU criticou a proibição de comunicação com os grupos considerados terroristas pelo Governo sírio e a exigência de que as operações sejam supervisionadas pelos Crescente Vermelho e a Meia-lua Vermelha síria, condições que ainda não tinham sido estabelecidas para Bab al Salam e Al Rai.

O porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq, não revelou os detalhes do acordo alcançado com a Síria.

Cerca de 4,1 milhões de pessoas vivem na província de Idlib, 2,9 milhões das quais foram forçadas a deixar as suas casas durante a guerra civil de 12 anos, que matou quase meio milhão de pessoas e deslocou metade da população do país de 23 milhões.

Centenas de milhares de pessoas em Idlib vivem em acampamentos e contavam com a ajuda humanitária que passa pela fronteira de Bab al-Hawa para sobreviver.