A taxa de inflação homóloga abrandou mesmo para 3,1% em julho. A confirmação foi dada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e corrobora o valor apontado na estimativa rápida. Esta é, assim, a nona descida consecutiva do indicador, que recuou três pontos face a junho, quando se situou nos 3,4%.

De acordo com o INE, a “desaceleração “está parcialmente associada a um decréscimo de preços verificado na classe dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas”.

O INE explica que o abrandamento é afetado pelo chamado “efeito de base”, uma vez que em 2022 as subidas dos preços foram muito acentuadas. “Deste modo, a análise do comportamento dos preços ao longo de 2023, incluindo o efeito da eliminação do IVA em diversos bens alimentares essenciais, e em particular das taxas de variação homóloga, deve ter em conta o impacto daqueles efeitos”, alerta o INE.

É por isso que, apesar do abrandamento da inflação, “o nível médio dos preços tem-se mantido superior ao do ano passado, registando em julho de 2023 um valor 12,2% superior ao nível médio de preços de 2021”, refere a análise. “Para que o nível de preços regressasse a valores comparáveis aos de 2021, teria de se verificar um período com taxas de variação homóloga negativas”.

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Nesse sentido, “o comportamento dos preços em 2022 terá influência relevante na evolução da inflação em 2023” e “sem um novo choque que implique aumentos significativos de preços” é expectável que a redução da taxa de variação homóloga da inflação venha a abrandar.

Nos alimentos, a taxa de variação homóloga abrandou em maio em praticamente todas as categorias, com algumas exceções. Uma delas são os óleos e gorduras, “em que a redução de preços em julho de 2022”, de -3,1%, “resultou num efeito de base relevante, amplificado pela variação positiva registada neste mês”, de 0,2%. O INE ressalva ainda que em maio cerca de 40% dos produtos considerados nesta classe de produtos passaram a estar isentos de IVA, “explicando em parte a redução de preços registada nesse mês”.

Já a inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, está abaixo dos 5%, tendo ficado nos 4,7% em julho. Nos produtos energéticos, depois dos aumentos expressivos do ano passado, registam-se agora valores negativos, com o índice a fixar-se em -14,9%, ainda assim um recuo menor face aos 18,8% do mês anterior.

Por sua vez, o índice que mede a evolução do preço dos produtos alimentares não transformados desacelerou para 6,8%. Tinha ficado nos 8,5% no mês anterior.

O Índice de Preços no Consumidor teve uma variação mensal negativa, tendo abrandado de 0,3% para -0,4%. Para a taxa de variação mensal, o maior contributo foi do vestuário e calçado, com uma variação de -13%, ” em consequência do início do habitual período de descontos de fim de coleção”, explica o INE. A variação média dos preços nos últimos doze meses foi 7,3%.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que serve para comparações europeias, registou uma quebra de quatro pontos, para os 4,3%, um valor inferior em um ponto ao  estimado pelo Eurostat para a zona euro Euro. Em junho, ressalva o INE, a diferença foi 0,8 pontos.

Inflação volta a abrandar em julho para 3,1%