Os seis suspeitos colombianos pela morte de Fernando Villavicencio foram formalmente acusados pela procuradoria geral do Equador e vão permanecer em prisão preventiva durante 30 dias, noticia a agência Reuters. Um outro homem, presumível autor do crime, acabou por morrer às mãos da equipa de segurança do político na quarta-feira, após balear fatalmente o candidato à presidência do país.

A polícia acredita que os suspeitos pertencem a grupos de crime organizado. Ainda de acordo com a agência de notícias, os documentos da acusação mostram que todos os suspeitos também foram acusados de tráfico de substâncias ilícitas. Dois dos homens tinham sido acusados de receção de mercadorias roubadas a 5 de julho. Todos tinham antecedentes criminais no Equador e na Colômbia, de acordo com uma fonte policial.

Equador. De jornalista a candidato presidencial morto: quem era Fernando Villavicencio?

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O governo do país disse estar apurar quem foram os “autores intelectuais” do homicídio e prometeu reforçar a segurança no país para garantir que as eleições presidenciais — marcadas para 20 de agosto — decorrem de forma pacífica.

O sétimo suspeito, que acabou por morrer no local do crime, sofreu ferimentos fatais durante um tiroteio com a equipa de segurança de Fernando Villavicencio, à saída de um comício de campanha numa área central da capital, Quito. A autópsia apurou que as causas da morte do ex-jornalista foram traumatismo craniano, hemorragia e laceração cerebral, provocados por uma bala. Também sofreu uma fratura no crânio.

A família de Villavicencio ainda não divulgou pormenores sobre a data do funeral, mas muitos apoiantes planeiam reunir-se em Quito pelo meio-dia (hora local) desta sexta-feira, para uma homenagem pública.

Candidato a Presidente do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado e país entra em estado de emergência

Villavicencio, crítico do ex-Presidente Rafael Correa (que ocupou o cargo entre 2007 e 2017), era um dos poucos candidatos que estabelecia ligações entre os gangues e membros do governo. Dias antes de ser baleado, desafiou os que o ameaçavam, declarando num comício: “Que venham os sicários, aqui estou. Disseram-me para usar o colete. O meu colete à prova de bala é o meu povo, aqueles que cuidam de mim. Sou corajoso como vocês.”

Além de Villavicencio, os candidatos às eleições presidenciais do Equador são o ambientalista Yaku Pérez, a antiga deputada Luisa González, o especialista em segurança Jan Topic, o ex-vice-Presidente Otto Sonnenholzner, o político Daniel Hervas, o empresário Daniel Noboa e o independente Bolívar Armijos.