A Nova Zelândia removeu esta segunda-feira as últimas restrições impostas no país devido ao novo coronavírus, marcando o fim da política de resposta à pandemia de Covid-19.

O primeiro-ministro neozelandês, Chris Hipkins, afirmou que a exigência de usar máscaras em lares de idosos, hospitais e outros estabelecimentos de saúde irá terminar à meia-noite.

A exigência de isolamento durante sete dias para pessoas que contraíram o vírus irá também acabar. Num comunicado, o ministério da Saúde recomenda aos infetados que se isolem voluntariamente durante cinco dias.

Numa conferência de imprensa, Hipkins admitiu que, durante o auge da pandemia, ansiava pelo dia em que poderia acabar com todas as restrições, impostas há mais de três anos, mas agora a decisão parecia apenas um pormenor.

O chefe de Governo sublinhou que cerca de 3.250 pessoas morreram devido à Covid-19 na Nova Zelândia, um país com uma população de cinco milhões, cerca de um quinto da taxa de mortalidade nos Estados Unidos.

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“Embora sem dúvida houvesse fraturas no nosso sentido coletivo de unidade, acredito que os neozelandeses podem estar muito orgulhosos”, disse Hipkins. “Ficámos em casa, fizemos sacrifícios, fomos vacinados e não há dúvida, salvámos vidas,” acrescentou.

A ministra da Saúde disse que o número de casos de coronavírus e hospitalizações é baixo e vinha a diminuir desde junho, e que o sistema de saúde público foi menos afetado pelo Covid-19 durante o atual inverno na Nova Zelândia.

“Conseguimos concluir mais 16 mil operações do que no ano passado, o que é uma indicação muito boa de que o nosso sistema de saúde está muito mais estável”, disse Ayesha Verrall.

O fim das restrições acontece dois meses antes das eleições gerais.

O líder do principal partido de oposição, o ACT, disse que o Governo vinha há muito tempo a tratar os neozelandeses como crianças.

As autoridades “ficaram felizes em impor custos elevados com pouco benefício e demoraram muito tempo a mudar de direção”, disse David Seymour, num comunicado.

A Nova Zelândia foi inicialmente elogiada a nível internacional, por ter conseguido impedir a entrada do novo coronavírus, através da imposição de uma das políticas mais duras do mundo, que incluiu confinamentos e rígidos controlos nas fronteiras.

Mas, à medida que a pandemia avançou e surgiram variantes mais infecciosas, a abordagem de tolerância zero tornou-se insustentável e o país acabou por reabrir progressivamente as fronteiras a partir de fevereiro de 2022.