O banco central da China baixou esta terça-feira a taxa de referência para empréstimos de médio prazo, visando “manter níveis de liquidez razoáveis no sistema bancário”, numa altura em que os dados económicos estão aquém das expectativas.

O Banco do Povo da China (banco central) injetou o equivalente a cerca de 50 mil milhões de euros, com uma taxa de juros a um ano de 2,5%. Isto representa um corte de 15 pontos base na taxa para empréstimos a instituições financeiras, face ao mês anterior.

O indicador, estabelecido como referência para as taxas de juros em 2019, é usado para definir o preço dos novos empréstimos – geralmente para as empresas – e do crédito com juros variáveis, que está pendente de reembolso.

O cálculo é realizado com base nas contribuições para os preços de uma série de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a empréstimos malparados – e visa reduzir os custos do crédito e apoiar a “economia real”.

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A decisão faz parte dos esforços do governo para “reforçar o ajuste anticíclico e estabilizar as expectativas do mercado”, segundo um despacho difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua.

O banco central também anunciou a injeção de o equivalente a quase 26 mil milhões de euros, por meio de acordos de recompra reversa (‘reverse repo’), por um prazo de sete dias, no qual a entidade emissora compra valores aos bancos comerciais a um preço específico com o compromisso de revendê-los a um preço fixo mais tarde.

A operação foi realizada com uma taxa de juro de 1,8%, abaixo da taxa anterior, de 1,9%.

A medida ocorre no mesmo dia da divulgação dos dados da produção industrial do país, que cresceu 3,7%, em termos homólogos, em julho, valor que representa uma desaceleração em relação aos dados de junho (4,4%).

O valor do sétimo mês do ano ficou aquém das previsões mais difundidas entre os analistas, que esperavam um avanço de cerca de 4,7% em relação ao mesmo período de 2022.

Após um início de ano promissor, a recuperação económica pós-pandemia mostra sinais de desaceleração. A débil procura doméstica e internacional, riscos de deflação e estímulos insuficientes, a par de uma crise imobiliária e falta de confiança no setor privado são as principais causas para o abrandamento da segunda maior economia mundial, segundo os analistas.