Contados os votos dos 350 deputados, o PSOE conseguiu garantir a presidência o Congresso, com a eleição de Francina Armengol, com 178 votos. Para a presidência da Mesa do Congresso, os partidos precisam de alcançar a maioria dos votos na primeira votação — ou seja, caso não conseguissem 176 ou mais votos, era necessário seguir para uma segunda volta. O PSOE contou com os votos do Sumar, partido de Yolanda Díaz, e com os votos dos independentistas Junts per Catalunya — importante para o PSOE ficar mais perto de uma possível coligação para formar governo.

Sánchez tenta resolver o “rompecabezas” espanhol. Mas Puigdemont não lhe quer facilitar a vida

Cuca Gamarra, a candidata do PP, conseguiu 139 votos. E, também à direita, durante a contagem dos votos, ouviu-se o nome de Ignacio Gil Lázaro, o candidato do Vox, que conseguiu, 33 votos. O partido de extrema-direita conta com 33 deputados no parlamento e optou por não direcionar os seus votos para o PP.

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Ainda antes da eleição dos membros para a Mesa do Congresso dos Deputados — a presidência do parlamento –, foi anunciado que o PSOE conseguiu chegar a um princípio de acordo com o Junts per Catalunya, para apoiar a candidatura de Francina Armengol.

Segundo o El País, o independentista catalão Jordi Turull — que em 2018 fez uma greve de fome de 14 dias — referiu que as negociações estão encaminhadas, pelo menos, em três dos pontos que o partido de Carles Puigdemont exigia, e que estão relacionados com o uso do catalão no parlamento e em atos oficiais.

Um acordo na eleição para a presidência do Congresso é o primeiro passo para um futuro governo e esta quinta-feira ficará mais claro se os espanhóis voltam novamente às urnas para eleger um novo governo. Além do princípio com o Junts per Catalunya, o partido de Pedro Sánchez também conseguiu com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) esta quinta-feira de manhã.

Os votos dos independentistas eram fundamentais para o PSOE, uma vez que tanto o PSOE como o PP apresentaram a sua proposta para a presidência, mas existia um empate — 171 deputados para cada lado. Por isso, revelou-se fundamental a Coligação Canária, que conta com uma deputada, e o Junts, que tem sete deputados no Congresso. No entanto, a Coligação Canária optou por dar o seu voto à candidata do PP e não ao PSOE — o que poderá ser já um sinal para as coligações para formar governo.

Os pontos do acordo para o PSOE conseguir o apoio dos independentistas

Um dos pontos mais discutidos ao longo dos últimos anos é a questão da língua. O Junts e a ERC exigiram o reconhecimento institucional do catalão como língua oficial perante a União Europeia e o partido de Puigdemont adiantou ainda durante a manhã desta quinta-feira que o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, já enviou uma carta para o Conselho Europeu, pedindo que seja incluída a língua catalã. “O calendário é claro: 19 de setembro”, escreveu, aliás, Puigdemont, nas redes sociais.

Depois do passo em relação à língua, foi também aprovada a criação de uma comissão de investigação para o caso Pegasus — a comissão de inquérito do Parlamento Europeu disse em maio deste ano que o governo espanhol espiou nacionalistas catalães.

Num terceiro ponto para chegar a um entendimento, o PSOE aceitou também dar luz verde a uma comissão de investigação dentro do Congresso sobre os atentados na Catalunha, em 2017.