O Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central (o maior do país, que agrega seis hospitais) espera, há mais de dois meses, pela luz verde da Direção Executiva do SNS em relação ao nome que propôs para o cargo de diretor clínico, uma figura de extrema importância para o funcionamento de qualquer centro hospitalar, e que está por ocupar. A demora está a causar desconforto no próprio CHULC, que não encontra explicação para a situação. “É muito estranho”, diz fonte oficial, ao Observador.
“Não termos diretor clínico afeta o funcionamento do CHULC“, salienta, ao Observador, a própria presidente do centro hospitalar, Rosa Valente de Matos, adiantando não encontrar explicação para a demora, uma vez que o nome do sucessor de Pedro Soares Branco (anterior titular do cargo, exonerado em julho) está escolhido há muito: é o atual diretor do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Rui Alves.
Deste centro hospitalar fazem parte o hospital Curry Cabral, hospital Dona Estefânia, o hospital Santa Marta, o hospital Santo António dos Capuchos, o hospital São José e ainda a maternidade Dr. Alfredo da Costa.
“Toda esta situação é muito estranha. Alguma coisa se está a passar a nível. Não é habito demoraram assim tanto”, diz fonte oficial do CHULC, que sublinha que, neste caso, e ao contrário que acontece noutras unidades, “há uma proposta”, um “nome consensual” para ocupar o cargo.
Rui Alves trabalha há quase 35 anos no Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central e é um dos mais prestigiados médicos em toda a estrutura do CHULC, tendo liderado, por exemplo, a separação de duas gémeas siamesas, num procedimento de mais de 14 horas, no final de julho.
Sem diretor clínico nomeado, “os contactos com os médicos são mais complicadas, há novas contratações adiadas, autorizações de procedimentos comprometidas. São situações que que afetem os doentes”, realça fonte oficial.
Questionada pelo Observador sobre a razão da demora na nomeação de Rui Alves, nome proposto pelo próprio CHULC, a Direção Executiva do SNS preferiu manter o silêncio.