A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou nesta sexta-feira para um “aumento dos casos” do vírus mpox “nos últimos dois meses em África e na Ásia”, apesar de ter declarado o fim deste tipo de infeção como emergência sanitária em maio passado.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que falava numa conferência de imprensa, nos últimos 15 meses registaram-se 90.000 casos de mpox e 156 mortes em 114 países. Fora de África, “a maioria dos casos ocorre em homens que mantêm relações sexuais com outros homens”.

Por esta razão, a OMS apresentou esta semana recomendações em sete áreas principais para combater o vírus mpox, popularmente conhecido como varíola dos macacos, e impedir a sua propagação.

As recomendações incluem “melhorar a proteção da comunidade através da comunicação dos riscos, trabalhando em estreita colaboração com os representantes e as organizações da comunidade e combatendo o estigma e a discriminação“, “aprofundar a investigação sobre a prevenção e o controlo” do vírus mpox, bem como “fornecer informações aos viajantes que possam estar em risco sobre a forma de se protegerem a si próprios e aos outros”.

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Por último, “todos os países devem trabalhar para garantir o acesso equitativo a vacinas, testes e tratamentos seguros, eficazes e de qualidade contra a varíola, de modo a chegar às pessoas em maior risco ou que necessitam de cuidados”, explicou o diretor-geral.

Preben Aavisland, do Departamento de Saúde Pública e Cuidados Primários da Universidade de Bergen, na Noruega, referiu no encontro com a imprensa que, nos últimos meses, foi possível aprender que os surtos de varíola entre humanos podem ser eficazmente travados através da deteção rápida de casos, do rastreio de contactos, da comunicação e da vacinação.

“O potencial para novos surtos ainda existe entre pessoas com múltiplos parceiros sexuais”, afirmou, sublinhando a importância das recomendações do novo relatório da OMS para acabar com a transmissão da doença.