A jogar em casa, com a pole-position e um mar laranja nas bancadas de Zandvoort, Max Verstappen fez o que costuma fazer: venceu o Grande Prémio dos Países Baixos e cimentou ainda mais a liderança do Mundial de Fórmula 1, tornando-se já natural falar na conquista do tricampeonato numa altura em que faltam nove corridas para o fim da temporada.

Na primeira corrida depois da pausa de verão, que durou cerca de um mês, Verstappen conquistou a pole-position com uma última volta rápida na qualificação — e depois de Alexander Albon ter liderado os tempos durante muito tempo. Lando Norris ficou com o segundo lugar da grelha de partida, seguido de George Russell e do próprio Albon, e Alonso partia à frente de Sainz, Pérez, Piastri e Leclerc. Lewis Hamilton, por sua vez, era apenas 13.º.

A sua casa, as suas regras: Max Verstappen segura pole-position nos Países Baixos com Lewis Hamilton a falhar Q3

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A qualificação ficou marcada por duas bandeiras vermelhas na última sessão, devido a acidentes de Logan Sargeant e Charles Leclerc, sendo que Daniel Ricciardo já tinha ficado de fora do Grande Prémio durante os treinos livres. O piloto da AlphaTauri saiu em frente numa curva, procurando desviar-se de um também despistado Oscar Piastri, e o choque violento contra as barreiras valeu-lhe uma fratura na mão que o obrigava a ser substituído pelo jovem neozelandês Liam Lawson.

“Foi uma qualificação complicada, o grande objetivo era sempre manter-me fora das confusões. Tive de arriscar um bocadinho, mas aquela última volta deu muito gozo. Existe sempre pressão para conseguir resultados, principalmente nesta corrida em casa, mas quando alcanço aquilo que pretendo é incrível”, disse Verstappen ainda este sábado, logo depois de manter o incrível registo de ter conquistado a pole-position sempre que correu em Zandvoort.

Já este domingo, a chuva decidiu começar a cair assim que as luzes se apagaram no circuito neerlandês, afetando as primeiras voltas de uma grelha onde todos arrancaram com pneus macios à exceção de Lewis Hamilton, que montou médios. Um largo contingente de pilotos parou logo no fim da primeira volta para colocar pneus de chuva, até porque a diferença de velocidade para os pneus normais era abismal, e a classificação da corrida ficou totalmente virada do avesso.

A chuva deu tréguas ao fim de 10 voltas e levou novamente a uma vaga de paragens nas boxes, para recuperar os pneus macios numa altura em que a pista já parecia estar a secar, e Max Verstappen reconquistou a liderança da corrida quando Sergio Pérez passou pelo pitlane. Nesta altura, Fernando Alonso era 3.º e Pierre Gasly era 4.º, seguidos de Carlos Sainz, enquanto que Lando Norris tinha caído para 12.º e George Russell era 18.º.

O safety-car entrou em ação na volta 17, depois de Logan Sargeant ter levado o Williams até às barreiras, e o recomeço abriu a porta a um período mais morno do Grande Prémio: Verstappen liderava tranquilamente, seguido de Pérez, Alonso e Gasly, e as principais lutas por posições aconteciam bem longe do topo da corrida. Já depois da volta 40 e na sequência de vários minutos em que o Ferrari já estava em sofrimento, Leclerc acabou mesmo por abandonar e confirmar um fim de semana muito complicado para a scuderia italiana.

O mau tempo regressou de forma tímida a cerca de 10 voltas do fim e enganou aqueles que se apressaram na hora de ir à box trocar para pneus intermédios, já que as condições climatéricas depressa se agravaram e trouxeram chuva forte e muito vento. Pérez saiu largo numa curva e caiu para 6.º, Zhou despistou-se e abriu a porta a um safety-car virtual e Verstappen aproveitou de imediato para parar e montar pneus de chuva. Na volta 64, porém, tudo travou: a bandeira vermelha voou em Zandvoort para que a barreira em que o Alfa Romeo do piloto chinês bateu fosse reparada e todas as equipas recolheram os carros.

A corrida recomeçou mais de meia-hora depois e com a ordem de pilotos que estava em vigor na volta anterior à bandeira vermelha — ou seja, com Sergio Pérez ainda em 3.º e na posição em que estava depois de ter sido ultrapassado por Alonso e antes de sair em frente numa curva. As duas primeiras voltas ainda tiveram o controlo do safety-car, restando seis de velocidade lançada em que já pouco mudou.

No fim, Max Verstappen venceu o Grande Prémio dos Países Baixos e chegou ao nono triunfo consecutivo (igualando um recorde que ainda pertencia a Sebastian Vettel), com Fernando Alonso a carimbar o segundo lugar e mais um pódio para a Aston Martin e Sergio Pérez a ficar na terceira posição. Ainda assim, o piloto mexicano foi penalizado em cinco segundos, caiu para 4.º e ofereceu o terceiro lugar a Pierre Gasly e à Alpine. Carlos Sainz foi 5.º, seguido de Lewis Hamilton, Lando Norris e Alexander Albon, com George Russell a abandonar já nas últimas voltas devido a problemas no Mercedes.