A maioria dos Grandes Prémios de Fórmula 1 esta temporada têm sido inundados por uma onda laranja de apoio a Max Verstappen. Já que apenas por duas vezes em 12 corridas o piloto da Red Bull não conseguiu o melhor tempo da qualificação, seria inglório não garantir a pole-position nos Países Baixos, no regresso da competição após a pausa de verão. O favoritismo era óbvio para o neerlandês que leva oito vitórias consecutivas em corridas e que, se vencer este fim de semana, vai igualar o recorde de Sebastian Vettel.

As condições do circuito de Zandvoort eram traiçoeiras. A chuva era muita, tendo levado inclusivamente a que a corrida sprint da Fórmula 2 tenha terminado ao fim de duas voltas. Por isso, tudo podia acontecer mesmo que os pilotos tenham tido oportunidade de testar o piso escorregadio na terceira sessão de treinos livres, onde Max Verstappen foi o mais rápido e em que Kevin Magnussen, Zhou Guanyu e Liam Lawson sofreram acidentes.

Liam quem? Pois bem, Daniel Ricciardo, que regressou à Fórmula 1 no Grande Prémio da Hungria, partiu a mão ainda esta sexta-feira e ficou afastado dos restantes eventos do fim de semana. “Lembro-me de entrar na curva 3. Já tinha entrado na curva e vi o Piastri, então ou batia nele ou na parede”, explicou o australiano. “Quando bati na parede, não tive tempo suficiente para tirar as mãos do volante, então o volante bateu na minha mão. É lamentável e frustrante, mas tentarei recuperar o mais rápido que puder”. Com Ricciardo afastado, a Alpha Tauri escolheu o rookie Liam n para o substituir.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Numa altura em que o futuro de muitos pilotos ainda está em jogo e a grelha da Fórmula 1 para 2024 é uma indefinição, a Haas renovou com Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen para satisfação do diretor da equipa Guenther Steiner. “Acho que é seguro dizer que tivemos uma dupla de pilotos extremamente sólida nesta temporada na Fórmula 1 e, em última análise, não havia razão para mudar daqui para frente”.

Apesar de não ter a pressão de correr por um lugar na Fórmula 1 no próximo ano, Magnussen foi eliminado na Q1. A Haas mantinha Hulkenberg na luta e estava longe de ser a equipa menos eficaz em pista. Pior estava a Alpha Romeo que perdeu logo Valtteri Bottas e Guanyu Zhou. A gravilha continuou escorregadia, mas estavam reunidas as condições suficientes para a qualificação arrancar. Mesmo com pneus intermédios Max Verstappen e Carlos Sainz foram parar à gravilha sem que isso comprometesse a sessão. Já o Ferrari de Charles Leclerc teve mais problemas e só na última volta da Q1 conseguiu sair da zona de risco. Sem surpresa, Liam Lawson foi eliminado, tal como Esteban Ocon.

Alexander Albon (1:20.939) foi o mais rápido acima de Max Verstappen e dos dois McLaren, equipa britânica que confirmava a velocidade que mostrou na sexta-feira. Na Q2, foi Carlos Sainz a sofrer, mas o espanhol acabou por conseguir o nono melhor tempo. A mesma sorte não teve Lewis Hamilton que acabou por não conseguir chegar à fase decisiva da disputa pelos primeiros lugares da grelha de partida para a corrida. Também Stroll, Gasly, Tsunoda e Hulkenberg forma impedidos de continuar.

Não só o Williams de Albon dava bons sinais – mesmo que tenha sido ultrapassado por Verstappen (1:18.856) e por Piastri -, também o carro de Logan Sargeant correspondia. O norte-americano conseguiu pela primeira vez o acesso à Q3. Ainda assim, a melhor maneira que encontrou de festejar foi com um aparatoso acidente que obrigou a uma bandeira vermelha.

Com as melhores trajetórias da pista a ficarem secas, os pneus slick tornaram-se numa opção viável para os pilotos. Entre o momento em que Sargeant bateu e o reinício da qualificação, as nuvens afastaram-se de Zandvoort, o que fez com que os melhores tempos apagassem cerca de oito segundos às melhores marcas anteriores. De qualquer modo, Charles Leclerc apanhou um pedaço de asfalto minado por água e embateu na barreira de proteção, levando a nova bandeira vermelha. O monegasco abandonou e, enquanto o piloto da Ferrari estava confortavelmente sentado numa cadeira de campismo nas margens da pista, Max Verstappen (1:10.567) destruiu a concorrência e ficou com a pole-position. Lando Norris foi segundo, com pneus mais desgastados do que o neerlandês. George Russell salvou a Mercedes com o terceiro lugar.