Pelo menos 14 pessoas morreram na segunda-feira à noite num ataque atribuído ao grupo armado Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) a uma mina no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), confirmaram esta terça-feira líderes da sociedade civil.

“Os milicianos da Codeco tiveram acesso à mina de Shaba. Registámos 14 mortos, incluindo crianças e mulheres. Há também dez feridos que já foram transferidos para centros de saúde. Há também reféns”, declarou esta terça-feira Issa Traoré, presidente da sociedade civil do território de Aru, à imprensa local.

Os atacantes incendiaram ainda cerca de 20 casas em Kandoyi, a aldeia afetada.

Algumas zonas da província de Ituri têm assistido a uma grave escalada de ataques por parte de grupos armados desde 2022, particularmente pela Codeco, que representa a comunidade Lendu (agricultores) e foi formado como uma milícia em 2018 para combater os abusos do exército democrático-congolês.

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Alguns dos piores massacres perpetrados por este grupo podem ter sido atos de retaliação contra a Frente Popular de Autodefesa de Ituri (FPAC-Zaire), que se descreve como um grupo de autodefesa para proteger a comunidade Hema (pastores) dos ataques da Codeco.

Perante esta vaga de violência, a conselheira especial das Nações Unidas para a prevenção do genocídio, Alice Wairimu Nderitu, alertou, em janeiro passado, para o risco de tal crime.

Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco), com cerca de 16.000 efetivos no terreno.

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A ausência de alternativas e de meios de subsistência estáveis levou milhares de pessoas a pegar em armas e, segundo o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), o extremo leste da RDCongo é um campo de batalha para mais de uma centena de grupos rebeldes.

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