Os Estados Unidos da América (EUA) “constataram nas últimas 72 horas avanços notáveis das forças armadas ucranianas” no sul, perto de Zaporíjia, disse esta sexta-feira o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

Referindo-se às recentes críticas na imprensa dos EUA, feitas por autoridades não identificadas, sobre a contraofensiva ucraniana, John Kirby disse: “Criticar um (país) parceiro e um amigo que está a tentar progredir em condições sangrentas, terríveis e violentas realmente não ajuda”.

“A nossa prioridade é garantir que estejam preparados para continuar estes avanços, que tenham os instrumentos e técnicas, que tenham a formação” necessárias, acrescentou o porta-voz, que anteviu mesmo que as tropas ucranianas conseguiram chegar à segunda linha de defesa.

De acordo com John Kirby, as tropas ucranianas “atingiram algum sucesso contra a segunda linha de defesas russas”.

“Mesmo ignorando as últimas 72 horas, nenhum observador objetivo desta contraofensiva poderia dizer que não houve progresso. Tem sido lento em algumas áreas (…) mas eles estão a lutar corajosamente todos os dias”, acrescentou este antigo almirante, dizendo que ele próprio teria o cuidado de não comentar a estratégia ucraniana “do (seu) sofá”.

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Os Estados Unidos são o principal fornecedor de assistência militar à Ucrânia.

Durante um mês, os meios de comunicação norte-americanos citaram oficiais militares, sob condição de anonimato, criticando a estratégia ucraniana de retomar as áreas ocupadas. Essencialmente, criticam Kiev por uma certa dispersão, que impediria o seu exército de mobilizar forças suficientes no lugar certo para empurrar as tropas russas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.