Olhando para aquilo que tinha sido a sessão de treinos para o Grande Prémio da Catalunha, era impossível não perceber que o resultado final não refletia o rendimento dos pilotos em pista. Ou, neste caso, de forma mais prática, era impossível passar ao lado do nome de Miguel Oliveira, que era um dos mais rápidos e até mais confortáveis em pista mas que não foi além do 14.º lugar fora da Q2 direta por uma bandeira amarela na parte final da confusão que impediu que regressasse aos lugares onde tinha andado (sendo que nos 20 minutos iniciais até liderou com o melhor tempo). Se dúvidas existissem, era só uma questão de tempo.

Parecia tão fácil que se tornou impossível: Miguel Oliveira andou sempre no top 10, desceu e vai ter de passar pela Q1

“Estava a andar bem, fluído, solto, com alguma consistência, mas, naqueles últimos dez minutos, toda a gente melhorou muito e nós não melhorámos o suficiente. Levar um segundo e pouco do Aleix [Espargaró] é um bocadinho demasiado… Não tinha mais aderência do que o normal, comparado com o pneu traseiro, a melhora foi muito pouca relativamente a todos os outros pilotos. Agora ainda tenho de me sentar com a equipa, perceber o que podemos fazer de melhor para amanhã [sábado] e poder sacar esta volta rápida que nos está a faltar e não nos deixa ser competitivos ao nível da tabela”, assumira esta sexta-feira.

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Já depois de ter sido o mais rápido dos treinos livres da manhã que contam sobretudo para corrigir todos os pormenores tendo em vista a qualificação e as duas corridas mas que tiveram também uma pequena queda sem consequências para o piloto português na curva 5, Miguel Oliveira voou na Q1 com a volta mais rápida a ficar perto do recorde de pista estabelecido na véspera por Aleix Espargaró e não ficou mesmo por aí, conquistando a melhor qualificação do ano com o terceiro melhor tempo que lhe permite sair pela primeira vez da primeira fila não só para a corrida de domingo mas também na corrida sprint de sábado.

“Foi uma manhã muito interessante, tive uma queda na curva 5, recuperei bem disso, senti-me agora muito confortável na moto e estar na primeira linha da grelha é um bom indicador para a corrida. Agora, é ter um bom arranque e tratar de fazer bem do trabalho”, comentou na zona de entrevistas rápidas dos pilotos que ficaram na primeira linha, com Pecco Bagnaia a ser o mais rápido (1.38,639) e Aleix Espargaró a ficar em segundo (1.38,743) tendo o português por perto (1.38,748). Maverick Viñales, Jorge Martín e Johann Zarco vão sair da segunda fila, ao passo que Álex Márquez, Fabio Di Giannantonio e Brad Binder estão na terceira.

“Estou satisfeito, sim. Esta manhã considerava que era possível meter-me na Q2 mas fazer já primeira fila achava um bocadinho mais complicado… Mas estou muito contente. A equipa acabou por fazer algumas modificações na mota que ajudaram bastante, eu também consegui melhorar bastante a condução desde ontem [sexta-feira] e encontrar-me bem com todas as condições. Entrar na primeira linha é bastante positivo para nós e agora durante a sprint e a corrida ver o que é possível fazer mas sem dúvida que sair à frente já é uma ajuda grande para isso”, comentou logo de seguida em declarações à SportTV.

“Não vou dar meia volta de avanço de ninguém agora… Mas sim, é uma boa ajuda sair da primeira linha e agora temos de analisar o que é que queremos para a tarde, as condições hoje também estão um bocadinho traiçoeiras, com uma ou outra gota que ainda caiu durante a Q1 e por isso agora é escolher o melhor a nível de setting da mota e também dos pneus para nos divertirmos na corrida”, acrescentou Oliveira.