O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu o apoio da China para que o país seja incluído no grupo de economias emergentes BRICS, que descreveu como “o grande motor da esperança para um mundo diferente”.

Numa entrevista à agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Maduro propôs à China três ações para aprofundar a relação com a América Latina e as Caraíbas, entre as quais destacou o “fortalecimento dos BRICS” através da adesão da Venezuela.

Na entrevista, transmitida no sábado pelo canal estatal venezuelano VTV, o chefe de Estado sublinhou as contribuições que a nação poderia dar ao BRICS, por ser o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, além de outros minerais importantes.

A Venezuela é um dos 23 países que manifestaram formalmente interesse em aderir ao BRICS, fundado em 2010 pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Numa cimeira realizada no mês passado, os fundadores concordaram em expandir o bloco com a entrada da Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irão.

Maduro defendeu ainda o reforço da relação entre a China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), assim como a expansão do “grupo de defesa da Carta das Nações Unidas para uma reforma da ONU”.

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Por outro lado, o Presidente venezuelano disse ser necessário para a China continuar a aumentar os seus investimentos na América Latina e nas Caraíbas para fortalecer as relações com a região.

Maduro, que esteve no país asiático em 2018, iniciou na sexta-feira uma visita oficial à China, que se prolongará até 14 de setembro.

Também na sexta-feira, o Governo venezuelano anunciou que ambas as nações assinaram um acordo sobre a “cooperação, desenvolvimento e modernização de zonas económicas especiais”.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, tinha iniciado na terça-feira uma viagem a Pequim, que incluiu um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, na quinta-feira.

No âmbito da visita, foi assinado um acordo entre o Centro de Oceanografia por Satélite da China, a Agência Bolivariana de Atividades Espaciais e o Instituto Venezuelano de Investigação Científica, para desenvolver investigação na área ambiental e criar “respostas eficazes” às alterações climáticas.

Como parte da agenda, Rodriguez reuniu-se com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do grupo BRICS, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, para explorar opções de cooperação económica.

Pequim é um dos principais credores da Venezuela, cujo produto interno bruto (PIB) diminuiu 80% em 10 anos devido à crise económica.

As relações entre Venezuela e China, consolidadas durante o mandato do falecido Presidente Hugo Chávez (1999-2013), foram reforçadas nos últimos anos durante o Governo de Maduro, num contexto de crescente isolamento internacional da nação sul-americana.