Cerca de 7.580 acidentes ocorreram nas estradas portuguesas no primeiro trimestre deste ano, provocando 101 mortos e 493 feridos graves, num aumento de todos os indicadores de sinistralidade em relação ao mesmo período de 2022, foi esta quinta-feira anunciado.
A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que divulgou esta quinta-feira o relatório de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária do primeiro trimestre de 2023, dá conta que entre janeiro e março registaram-se 7.585 acidentes com vítimas no continente, dos quais resultaram 101 vítimas mortais, 493 feridos graves e 8.828 feridos leves.
O relatório mostra que se verificaram aumentos em todos os principais indicadores em relação ao mesmo período de 2022, registando-se mais 813 acidentes (+12,0%), mais duas vítimas mortais (+2,0%), mais 21 feridos graves (+4,4%) e mais 1.003 feridos leves (+12,8%).
No documento, a ANSR faz uma comparação com o ano 2019, uma vez que é o ano de referência para monitorização das metas fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030, tendo ocorrido menos 464 acidentes (-5,8%), menos 16 vítimas mortais (-13,7%), aumento de quatro feridos graves (+0,8%) e menos 819 feridos leves (-8,5%).
O relatório destaca também o aumento do número de atropelamentos nos primeiros três meses do ano, uma subida de 18,1% face ao mesmo período de 2022, que resultou num crescimento de 69,2% nas respetivas vítimas mortais e 34,3% nos feridos graves.
Segundo a ANSR, entre janeiro e março ocorreram 1.189 atropelamentos, que provocaram 94 feridos graves e 22 mortos. No primeiro trimestre do ano, subiram igualmente as colisões e despistes (11,4% e 10,1%, respetivamente).
O relatório indica igualmente que mais de metade (54) do número de vítimas mortais registou-se na sequência de acidentes ocorridos fora das localidades, com um decréscimo de 11,5% face a igual período de 2022, representando estes desastres 21,3% do total.
No entanto, a maior parte dos acidentes ocorre dentro das localidades, caso em que houve um aumento de 11% entre janeiro e março, bem como uma subida de 23% do número de mortos.
Quanto ao tipo de via, 63,8% dos acidentes ocorreram em arruamentos, correspondendo a 34,7% das vítimas mortais, mais 40% face ao mesmo período de 2023.
Segundo a ANSR, os maiores aumentos do número de mortos ocorreram nas autoestradas e itinerários principais.
Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 73,4% do total, verificando-se um aumento de 11,2% relativamente ao primeiro trimestre de 2022, mas as maiores subidas foram em desastres envolvendo motociclos (mais 17,9% face a 2022) e nos velocípedes (+15,7% face a 2022), bem como no número de mortos.
O relatório avança também que, nos primeiros três meses do ano, verificou-se um aumento no número de acidentes em 15 dos 18 distritos, com maior expressão em Bragança (+34,5%) e Beja (+32,1%).
No que diz respeito ao número de vítimas mortais, os aumentos ocorreram em oito distritos, com os maiores aumentos absolutos nos distritos de Aveiro e Porto (+8 e +5, respetivamente).
A ANSR indica ainda, entre janeiro e março, considerando a distribuição do número de vítimas mortais pela rede rodoviária e respetivas entidades gestoras, verificou-se que 38,6% correspondeu à Infraestruturas de Portugal, 5% à Brisa, 3% à Ascendi e ao município do Porto e ainda 2% à Lusoponte e a cada um dos municípios de Aveiro, Fafe, Lisboa, Marinha Grande, Sintra e Vila Nova de Famalicão.
De acordo com o documento, 50,5% das vítimas mortais decorreram de acidentes nas vias da rede rodoviária nacional e 49,5% às vias sob gestão municipal.