O cabeça de lista do PS às legislativas da Madeira, Sérgio Gonçalves, disse nesta quinta-feira que o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), o social-democrata Miguel Albuquerque, não baixa os impostos na região porque “está-se nas tintas para os madeirenses”.

“Hoje sabemos que é necessário dar rendimento aos madeirenses, baixar os impostos. Queremos baixar o IVA, algo que só não aconteceu porque Miguel Albuquerque está-se verdadeiramente nas tintas para os madeirenses”, afirmou.

Sérgio Gonçalves, também deputado regional e líder do PS da Madeira, falava num jantar/comício da candidatura socialista às eleições de 24 de setembro, no concelho da Calheta, na zona oeste da Madeira, no qual participaram cerca de 100 pessoas, segundo a organização.

O presidente do executivo, Miguel Albuquerque, que nestas eleições se candidata a um terceiro mandato, agora a frente da coligação Somos Madeira (PSD/CDS-PP), foi muito criticado pelo cabeça de lista socialista, sobretudo pelo facto de se recusar a aplicar o diferencial fiscal que permite à região reduzir os impostos em 30% no máximo.

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“Quando falamos de baixa de IVA significa que ao reduzirmos de 22% para 16% teremos uma poupança nos orçamentos familiares, conseguimos aliviar o bolso dos madeirenses”, disse, enquanto os militantes e apoiantes gritavam repetidamente “nós só queremos Sérgio a presidente”, ou “Sérgio amigo a Calheta está contigo”.

O cabeça de lista do PS defendeu também a redução do IRS com a aplicação do diferencial fiscal máximo de 30% permitido por lei em todos os escalões, lembrando que em cinco dos nove escalões os madeirenses pagam mais do que os açorianos.

“É fundamental implementar estas medidas, devolver rendimentos aos madeirenses”, declarou, sublinhando que o eleitorado regional há de perceber esta mensagem porque “sente a dificuldade no bolso“. “[O eleitorado] sabe que é necessários reduzir impostos, sabe que é necessário ter mais dinheiro no bolso no fim do mês e, ao contrário daquilo que o governo Regional continua a querer passar, a mensagem que reduzir impostos significa termos menos dinheiro na Madeira, todos os madeirenses sabem que o dinheiro não sai da Madeira, só que em vez de ficar nos cofres do governo Regional fica no bolso das famílias, fica no bolso de quem precisa”, defendeu.

No jantar/comício na Calheta, Sérgio Gonçalves voltou a enumerar vários problemas da região e a apontar as soluções preconizadas pelo PS, como a implementação de tempos máximos de espera para atos médicos e a possibilidade recurso ao setor privado sem custos para o utente, a escolaridade obrigatória gratuita ao nível de transportes, alimentação e manuais escolares, a reposição do subsídio de insularidade para todos os funcionários públicos da região e o aumento do complemento regional de apoio aos idosos em 100 euros mensais.

As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único. PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS, então liderado por Paulo Cafôfo, atual secretário de Estado das Comunidades, conseguiu o seu melhor resultado de sempre ao obter 19 assentos. Nesse ato eleitoral, o JPP elegeu três deputados e a CDU um.