Três novas espécies de anfíbios do género Synapturanus da Amazónia colombiana, conhecidos como “rãs invisíveis”, foram descobertos por investigadores de três instituições, que alertaram os riscos que enfrentam devido à destruição das florestas.
Estes sapos receberam este nome porque vivem sob a folhagem e a camada de radículas da floresta amazónica e, por estarem escondidos, são pouco conhecidos e apenas se ouve o seu coaxar levemente, principalmente quando chove.
A descoberta foi realizada por investigadores do Instituto de Pesquisas Científicas da Amazônia (Sinchi), do Instituto de Ciências Naturais da Universidade Nacional da Colômbia e da Universidade de Richmond (EUA).
A destruição de florestas e queimadas repetidas alteram a estrutura do solo, compactam-no e eliminam irreversivelmente o micro-habitat destas espécies, sublinhou o Sinchi, em comunicado. Nas três espécies descritas, já existe uma em risco devido à deterioração do seu habitat.
“Embora sejam novos para a ciência, as condições dos ecossistemas para garantir a sua vida enfrentam um cenário de alerta”, alertaram os cientistas do Sinchi. Estas “rãs invisíveis” foram localizadas na Guiana Francesa, Brasil, Guiana, Peru e Colômbia, embora as suas características e habitat tenham tornado difícil investigá-las mais profundamente e encontrar mais espécies.
No entanto, com base em evidências moleculares, estima-se que exista uma diversidade maior do que a descrita atualmente, acrescentaram os investigadores do Sinchi.
Presume-se que, devido aos hábitos ecológicos e à baixa capacidade de movimento, os rios possam constituir barreiras de dispersão. Isso significaria então que grandes áreas de desmatamento poderiam afetar espécies deste género, que nem chegariam a ser conhecidas.