A Procuradoria espanhola tinha pedido que Luis Rubiales fosse impedido de estar a menos de 500 metros de Jenni Hermoso e que o dirigente desportivo fosse obrigado a comparecer em tribunal a cada a 15 dias. Acusado de agressão sexual e coação, Luis Rubiales foi ouvido na manhã desta sexta-feira na Audiência Nacional de Espanha. Após a sessão, o juiz fixou em 200 metros a distância máxima entre os dois, impedido o homem de 46 de contacatr Jenni Hermoso.
A audição surge na sequência da queixa formalizada por Jenni Hermoso devido ao beijo que o dirigente deu à jogadora nos festejos do Campeonato do Mundo de futebol feminino, na Austrália. O antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol negou as acusações perante o juiz. Luis Rubiales chegou à Audiência Nacional às 12h15 (hora portuguesa), 45 minutos antes do indicado, sem prestar declarações aos jornalistas e acompanhada da sua advogada, Olga Tubau.
À saída da sessão, Carla Vall, advogada de Jenni Hermoso, reiterou a posição da jogadora. “Estamos numa fase muito inicial de instrução. Nós, tal como o Ministério Público, também solicitamos medidas cautelares”, referiu a especialista em violência machista. “Jenni, logicamente, está afetada pelos acontecimentos, pelo ato humilhante que viveu no estádio e que manchou um feito desportivo. Por isso, pedimos que o tratamento seja adequado para sustentar emocionalmente este processo”.
Numa entrevista a Piers Morgan, Rubiales disse que não tinha condições de continuar a desempenhar a função de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol e que se ia demitir depois de inicialmente se ter negado a fazê-lo por considerar que estava a ser alvo de uma campanha de “falso feminismo”. Ao jornalista britânico, Rubiales explicou que “o significado do beijo a Jenni foi exatamente o mesmo de um beijo a uma das filhas” e que “entre amigos e familiares é muito comum”.
Na sequência da polémica, as jogadoras da seleção espanhola, em apoio a Jenni Hermoso, renunciaram à seleção. Depois do anúncio da saída de Rubiales e do selecionador Jorge Vilda, as campeãs do mundo vão manter a posição por considerarem que a federação ainda conta com muitas pessoas ligadas à direção anterior.
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