A construção da basílica Sagrada Família, em Barcelona, projetada por Antonio Gaudí, já não estará concluída em 2026, no centenário da morte do arquiteto, como anteriormente previsto, disse esta terça-feira a fundação responsável pelo templo, sem dar nova data.
O atraso deve-se à pandemia de covid-19, segundo a Junta Construtora da Sagrada Família, uma fundação canónica privada, sem fins lucrativos, que tem como missão “a construção, conservação e restauração” do templo projetado por Antonio Gaudí.
A primeira pedra da Sagrada Família foi colocada em 1882 e a basílica está desde então em construção, respeitando o projeto do arquiteto catalão.
A construção é desde o início assegurada “exclusivamente graças a donativos e contribuições de milhares de pessoas“, segundo a informação disponível na página na Internet da fundação Junta Construtora da Sagrada Família.
Numa conferência de imprensa esta terça-feira em Barcelona, o diretor da fundação, Xavier Martínez, disse que serão concluídas no próximo mês mais duas torres da basílica, a que se seguirá a respetiva inauguração, em novembro.
A finalização das duas torres terminará com a colocação na ponta de cada uma delas de esculturas do artista Xavier Medina-Comapeny.
A torre central da brasílica, a mais alta, com 172 metros, estará terminada em 2026, no centenário da morte de Gaudí, segundo o anúncio de esta terça-feira.
O projeto de Gaudí prevê 18 torres na Sagrada Família e, com a conclusão das próximas duas, em outubro, ficarão terminadas 13.
Segundo a fundação Construtora da Sagrada Família, a pandemia de covid-19 obrigou a mudar o plano inicial de terminar a basílica em 2026, para coincidir com o centenário da morte de Antonio Gaudí, e não há agora previsão para o fim das obras.
Depois da conclusão da torre central, faltará ainda construir a designada fachada da Glória, que inclui uma escadaria.
Segundo disseram esta terça-feira os responsáveis pela Sagrada Família, a última reunião com a câmara municipal de Barcelona por causa da construção desta fachada foi em 2020 e não há progressos.
Não queremos renunciar, somos fiéis ao projeto de Antonio Gaudí, que já desenhou a escadaria”, disse Xavier Martínez, que sublinhou haver, porém, vontade de todas as partes para encontrar uma solução satisfatória tanto para a Sagrada Família como para os moradores nas imediações do templo.
A Sagrada Família, que tem um espaço interior de 4.500 metros quadrados, espera receber 4,5 milhões de visitantes este ano, se se mantiver o ritmo de entradas registado até setembro de 2023, num número semelhante ao período anterior à pandemia.
Em 2022, a Sagrada Família teve receitas superiores a 100 milhões de euros, segundo dados oficiais.