O presidente da Assembleia da República condenou esta terça-feira o ataque com tinta contra o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, por parte de ativistas climáticas, considerando que prestaram um péssimo serviço à causa ambiental.

Agredir pessoas, sejam elas quais forem, impedi-las de falar e defender as suas opções, é sempre um ato condenável. Invocar a causa ambiental para tentar justificá-lo é um péssimo serviço prestado a essa causa, que bem precisa da nossa ação — democrática, consistente e efetiva”, escreveu Augusto Santos Silva na rede social X (antigo Twitter).

O ministro do Ambiente e da Ação Climática foi esta terça-feira atacado com tinta verde por três jovens ativistas climáticas, em Lisboa, durante uma conferência da CNN sobre transição energética patrocinada pelas empresas Galp e EDP.

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Ministro do Ambiente atacado com tinta verde em conferência da CNN Portugal

Poucos minutos após o início da conferência, quando o ministro do Ambiente tomou a palavra, as três jovens dirigiram-se ao palco e atiraram tinta verde que atingiu Duarte Cordeiro na roupa e na cara, enquanto gritavam frases de contestação ao Governo.

“O Governo provou que não quer saber da transição climática ao fazer conferências com a EDP e a Galp”, “Este vai ser o último inverno de gás”, “Não permitimos que vendam o nosso futuro” e ” A Galp e a EDP não querem saber da transição justa“, foram algumas das frases que as jovens gritaram. As ativistas foram, entretanto, retiradas da sala e a conferência foi interrompida para o ministro trocar de roupa e a sala ser limpa.

Ventura diz esperar que este tipo de protestos “não se torne um hábito”

Também o presidente do Chega, André Ventura, condenou o ataque e disse esperar que este tipo de protestos “não se torne um hábito”. “Concorde-se ou não – e eu tenho dito várias vezes que acho que Duarte Cordeiro é um mau ministro do Ambiente -, a violência, a agressividade, a tentativa e calar as pessoas por outros meios que não seja o debate, são condenáveis em qualquer circunstância”, disse o líder do Chega numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

“Não deixaremos de condenar este ato pela sua envolvência não democrática. Lamentamos que tenha ocorrido e esperamos que não se torne um hábito, como temos visto noutros países, este tipo de protesto”, afirmou.