Depois de adoptar o sistema de vendas directas na China para os seus modelos eléctricos e híbridos plug-in (PHEV), contornando a tradicional rede de concessionários, a Ford viu-se obrigada a uma alteração estratégica. Tudo porque as vendas do Mustang Mach-E, o eléctrico que de momento é o mais importante na gama da marca norte-americana, está a vender abaixo das expectativas no mercado que é, de longe, o maior para veículos alimentados por bateria.

A Ford tinha grandes planos para o Mustang Mach-E no mercado chinês, acreditando mesmo que ele poderia conseguir ultrapassar o Tesla Model Y, o best-seller no segmento. Para conseguir materializar este objectivo, concebeu o plano Ford China 2.0, que passava por afastar os concessionários tradicionais e adoptar vendas directas, à semelhança da forma como a Tesla comercializa a totalidade dos seus veículos. Mas passado um período e com as vendas a não reagirem positivamente à estratégia delineada, a marca da oval azul decidiu voltar atrás e recorrer de novo aos concessionários para tentar escoar os seus modelos.

De acordo com o The Wall Street Journal, a Ford encerrou as vendas directas dos Mustang Mach-E e de outros modelos eléctricos e PHEV em Agosto deste ano, cerca de dois anos depois de ter arrancado com este processo de vendas. Porém, nesses dois anos, o Mach-E só cativou umas centenas de clientes por mês, o que tem levado a sua percentagem de mercado a cair para apenas 2%. Para alguns analistas, a Ford terá avaliado mal o potencial do Mach-E, bem como a opinião dos condutores chineses sobre o Model Y e modelos locais como o Xpeng P7.

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