A 16.ª Convenção Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) vai realizar-se nos dias 02 e 03 de março do próximo ano, em Setúbal, anunciou o partido. Esta decisão foi tomada no sábado, em Lisboa, numa reunião do Conselho Nacional do PEV – órgão máximo entre convenções – que analisou vários temas da atualidade política nacional.

Em comunicado, os ‘Verdes’ — partido que perdeu representação na Assembleia da República em 2022 – classificam como “muito positivo o reforço da CDU” nas eleições legislativas regionais da Madeira, salientado “o crescimento de perto de 50% no número de votos e a confirmação da eleição de um deputado para a Assembleia Legislativa Regional”.

“Os Verdes consideram que a perda da maioria absoluta pelo PSD/CDS, demonstra o descontentamento das populações relativamente às políticas desenvolvidas ao longo dos anos, e que a solução encontrada por esta coligação para continuar a governar na Madeira, vai perpetuar as mesmas políticas e só serve os grandes interesses económicos”, lê-se no texto.

Sobre a crise na habitação, o PEV considera que o problema exige “medidas que travem a dinâmica especulativa” e que “recentrem no Estado a responsabilidade e os meios de um vasto programa de habitação de promoção pública”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para os dirigentes do PEV — que marcaram presença no sábado na manifestação sobre o tema, em Lisboa – estas medidas “precisam de enfrentar os interesses dos fundos imobiliários e a usura do capital financeiro, em particular da banca, que, para além de especular com os valores das habitações, acumula lucros imensos à sombra do aumento das taxas de juro e das dificuldades de centenas de milhar de famílias”.

O partido aborda também o anúncio feito esta semana pelo Governo de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, considerando que esta proposta “ignora totalmente o interesse público e a soberania nacional para obedecer aos interesses de multinacionais, sem se incomodar com os prejuízos que daí advirão para o país e para os portugueses”.

“São já várias as vozes que consideram esta opção do governo um erro monumental, às quais ‘Os Verdes’ se associam e continuam a exortar o Governo a evitar o mesmo, que comprometerá o desenvolvimento da nossa economia e do país”, apelam.

No setor da educação, o PEV considera necessário, no contexto atual, “garantir mais professores, mais técnicos, mais trabalhadores não docentes, com vínculo estável e carreiras valorizadas”.

“É fundamental o rejuvenescimento do corpo docente, uma vez que centenas de professores se estão a aposentar e os mais jovens não são atraídos para a profissão. Para que a profissão de professor volte a ser atrativa é indispensável terminar a precariedade e que sejam criados apoios para professores deslocados e deslocalizados, tal como já proposto pelos Verdes, na Assembleia da República, que não mereceu a aprovação do PS e PSD”, lê-se no comunicado.

Já sobre o tema “ameaças à sustentabilidade ambiental, social e económica”, os ‘Verdes’ consideram que “as decisões do Governo que são tomadas em prol da mudança energética para combater as alterações climáticas são um logro”.

“Desde logo as instalações de quilómetros de painéis fotovoltaicos em solos agrícolas e/ou florestais, como ainda o abate de milhares de sobreiros em Sines, para a instalação de um parque eólico, que levou a que alguns dirigentes dos ‘Verdes’ marcassem presença na manifestação que decorreu em Lisboa, contra esta decisão do Ministério do Ambiente”, lê-se no texto.

O PEV considera “fundamental o tão desejado reforço orçamental afeto à Conservação da Natureza e à Biodiversidade, tal como, o reforço de recursos humanos nesta área”.