O vice-ministro da Defesa de Taiwan pediu ajuda aos Estados Unidos para fortalecer a autossuficiência militar da ilha e acelerar a entrega de armas encomendadas a Washington, informou esta terça-feira a agência de notícias taiwanesa CNA.
O apelo de Hsu Yen-pu foi feito na segunda-feira, durante a conferência anual do setor da defesa entre os EUA e Taiwan, que decorreu no estado da Virgínia, sem a presença de meios de comunicação social.
Durante o encontro, Hsu instou os EUA a fornecerem a “gestão do ciclo de vida total dos sistemas [Total Life Cycle Systems Management (TLCSM), em inglês]” para as armas e sistemas de apoio adquiridos a Washington, disse a CNA, citando fontes do Ministério da Defesa de Taiwan.
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A TLCSM é um termo militar norte-americano que se refere à implementação, gestão e supervisão de todas as atividades relacionadas com aquisição, desenvolvimento, produção, implantação, manutenção e disposição de um sistema de armas do Departamento de Defesa dos EUA ao longo do seu ciclo de vida. Atualmente, Taiwan depende fortemente dos EUA para a manutenção da maioria dos seus sistemas de armamento produzidos no país americano.
A iniciativa não só aceleraria o fornecimento de armas a Taiwan, como também integraria as indústrias de defesa de Washington e Taipé, reforçando a autossuficiência e a capacidade de resistência taiwanesa em termos de defesa.
Ainda de acordo com a CNA, Hsu agradeceu ao Presidente dos EUA, Joe Biden, por apoiar um pacote de ajuda militar de 345 milhões de dólares (329 milhões de euros) para Taiwan e aprovar 11 rondas de venda de armas desde que assumiu o cargo. A conferência conta com a participação de mais de 200 representantes dos governos de Taiwan e dos EUA, bem como do setor da defesa.
O pedido surge num momento de tensão entre a ilha e Pequim. A 18 de setembro, Taipé comunicou um número recorde de incursões militares chinesas nas imediações da ilha, com a presença de 103 aviões, enquanto no dia 11 detetou mais de 20 navios.
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Os exercícios militares tinham por objetivo combater a “arrogância” das “forças separatistas”, disse a China, avisando que continuaria a efetuar manobras “se as provocações não parassem”.
O Ministério da Defesa de Taiwan qualificou as últimas manobras chinesas de “anormais”, enquanto o vice-presidente de Taiwan, William Lai, indicou recentemente que “as tentativas de Pequim de anexar Taiwan não mudaram”.
Lai lidera as sondagens para vencer as próximas presidenciais e legislativas da ilha, que se realizam em 13 de janeiro de 2024 e que vão decidir a orientação da política taiwanesa em relação à China, que reclama a soberania da ilha.