O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, exortou esta segunda-feira os investidores na União Europeia (UE) a inverterem a tendência de redução de desenvolvimento das energias renováveis, sob pena de comprometer os objetivos de descarbonização.

“A chave é simplificação, padronização e digitalização”, disse Miguel Stilwell de Andrade, na abertura de um painel sobre os desafios energéticos da UE, organizado pela empresa em parceria com o POLITICO, em Bruxelas.

O presidente executivo (CEO) da EDP acrescentou que “a transição dos combustíveis fósseis é essencial para haver um ambiente saudável para as gerações futuras”.

Contudo, prosseguiu, nos últimos três anos o valor das empresas de renováveis representadas no Clean Energy Index caiu “quase 50%”.

Uma das razões que justifica esta inversão da tendência de investimento nas renováveis, sugeriu Miguel Stilwell de Andrade, pode ser a ideia de que investimento não vai compensar atempadamente.

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O receio de falta de retorno pode estar a comprometer o objetivo de chegar a 42,5% de produção de energia na UE através das renováveis até 2030: “Precisamos de fazer isto em todos os Estados-membros se queremos avançar.”

Hoje é mais barato investir na energia solar e na eólica “do que há uma década” e são “a fonte mais barata”, razão pela qual o CEO da EDP insistiu que é necessário contrariar ideias que impedem o investimento na transição energética.

Temos de acelerar, investir três vezes mais do que o máximo que já investimos, em vez de dizer: ‘Vamos equilibrar as duas [fósseis e renováveis], não sabemos como é isto vai correr’. Não acredito mesmo que isso seja o ideal, o que queremos coletivamente”.

A transição energética, advertiu o CEO da EDP, “requer milhares de milhões de euros em investimento todos os anos”, por isso, advogou que os Estados-membros têm de o fazer o quanto antes para que haja igualdade em 2030.

Durante o painel, a comissária europeia para a Energia, Kadri Simson, foi questionada sobre a possibilidade de a Comissão abrir uma investigação à subsidiação chinesa na energia eólica, como há poucas semanas a presidente, Ursula von der Leyen, anunciou para a produção de veículos elétricos chineses.

“Nunca vamos dizer nunca”, respondeu Kadri Simson, sem querer dar uma resposta de “sim ou não”, justificando a decisão com uma reunião que tem esta semana com Pequim sobre o assunto e com a necessidade de “evitar qualquer guerra comercial”.

“Mas se houver ‘dumping’ [conceito associado a concorrência desleal] vamos agir”, comentou.