Uma rainha, uma princesa e uma duquesa juntaram-se para alertar o mundo para a importância da saúde mental. Juntas, mas separadas, ou seja, cada uma no seu país e com as respetivas iniciativas. Meghan Markle foi protagonista numa conferência da fundação dos Sussex, Kate Middleton dividiu-se em inúmeras visitas e a rainha Letizia aventurou-se pelo rap para chamar a atenção para o tema.
O Dia Mundial da Saúde Mental celebrou-se na passada terça-feira, a 10 de outubro, mas, durante toda a semana, tem havido notícias de membros da realeza que acarinham esta causa. Os duques de Sussex marcaram presença num evento da Archewell Foundation, na terça-feira, onde dividiram o palco com pais cujos filhos se suicidaram. Alguns destes progenitores já trabalharam na fundação ao longo do último ano e parte da conversa esteve focada nas redes sociais.
Os duques têm dois filhos, Archie com quatro anos e Lilibet com dois – e os pais já pensam no futuro, ainda que longínquo. “Sinto-me afortunada por os nossos filhos serem tão pequenos. Este problema não surge no nosso futuro imediato, mas também me sinto assustada com esta contínua mudança e por um dia ir estar em frente a nós”, disse Meghan, citada pelo Telegraph. O príncipe Harry disse que as redes sociais deveriam fazer mais para proteger as crianças, dizendo que as pessoas têm medo “do tamanho e do poder destas empresas”. “Não há nada de mal com estas crianças… É o mundo que estamos a permitir que seja criado à volta delas”, acrescentou o príncipe. O evento teve lugar em Nova Iorque e terá sido o regresso do casal à cidade desde a cerimónia em que Meghan recebeu um prémio numa noite que acabou com uma suposta perseguição automóvel.
Pelo Reino Unido, os príncipes de Gales estão a fazer uma série de visitas ao longo dos últimos dias para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental, um tema que sempre foi uma prioridade das suas iniciativas. Esta quinta-feira, o casal foi a Buckinghamshire para uma visita ao Centro Nacional de Desportos Bisham Abbey para promoverem a interação entre a saúde mental e o desporto e participar em workshops de fitness mental e estar com jovens atletas e pais.
Na quarta-feira, a princesa de Gales foi a Nottingham para saber como duas universidades lidam com as questões da saúde mental. Na Nottingham Trent University conversou com alunos e até confessou que “adorava ser aluna outra vez”. “Lembro que a universidade para mim foi uma daquelas grandes oportunidades para experimentar novos passatempos e isso continuou até agora”, disse Kate, acrescentando que é uma das coisas que faz com os filhos também. O príncipe William, por seu lado, esteve com profissionais que prestam primeiros socorros.
Na terça-feira, os príncipes de Gales estiveram presentes em Birmingham num fórum sobre saúde mental juvenil. O casal esteve com cerca de 100 jovens e participou em workshops de saúde mental. Kate fez um discurso no qual alertou para o facto de que “simplesmente falar sobre saúde mental não é suficiente”. A princesa disse que “tanto aprender sobre o mundo, como aprender sobre como ser feliz e ter sucesso nele deveriam andar de mãos dadas”, cita a Hello. Segundo o jornal Telegraph, os príncipes estão a preparar uma nova iniciativa relacionada com saúde mental para ser lançada no próximo ano, através da Royal Foundation.
A mais surpreendente de todas talvez tenha sido a rainha Letizia. A soberana espanhola participou num evento institucional no Dia Mundial da Saúde Mental e começou a sua intervenção por ler a letra de uma música rap do artista madrileno El Chojín, cuja letra traduzida será algo como: “Faço o que posso, chego ao que chego”. Tratou-se, afinal, de uma estratégia para chamar a atenção do público. “Não me ocorreria tentar ‘rapear’, por respeito, claro, aos artistas deste género musical. Mas se algum meio de comunicação fizer um título a dizer ‘a rainha faz rap pela saúde mental’, seria uma boa maneira de dirigir a atenção a um assunto tão importante e tão sério como este”, explicou a rainha, como se pode ver no vídeo do El País, em baixo. E de facto houve vários meios que fizeram títulos sobre o sucedido seguindo a sugestão da rainha. O dia de atividades ligado ao tema juntou ainda o músico El Chojín com a alpinista Edurne Pasaban para falarem sobre como ultrapassaram os seus problemas de saúde mental, conta o jornal espanhol.
As royals e a sua diplomacia no vestir
Não há vez em que as damas da realeza apareçam e a roupa escolhida não seja escrutinada. Os looks servem muitas vezes formas de passar mensagens e a rainha Letizia voltou a prová-lo. Para o seu ato oficial que assinalou o Dia Mundial da Saúde Mental, mostrou como este lhe é um tema querido, ao usar um dos vestidos com que mais vezes foi vista em público. O vestido verde e com estampado da marca francesa Sandro poderá mesmo ser um dos preferidos da soberana.
Meghan Markle decidiu vestir-se de branco total para o evento que a levou a Nova Iorque para falar de saúde mental. A duquesa usou um conjunto de calças largas e camisola com um original design que deixava os ombros descobertos e tinha botões à frente como um casaco, tudo do designer Joseph Altuzarra. Explica o Telegraph que, na verdade se trata do tom marfim, que será um branco mais quente. O branco total é um luxo ao qual nem todas as pessoas se podem dar, mas quando conseguido com sucesso garante elegância e sofisticação.
Quererá a pureza da cor refletir a importância do tema tratado? Talvez. Afinal a cunha de Meghan, Kate, a quilómetros de distância e algumas horas de diferença escolheu também vestir um conjunto num cremoso tom claro para um evento relacionado com a saúde mental. Para falar com alunos universitários em Nottingham, usou um conjunto em malha creme da marca Sezane, com uma carteira da marca Tusting que a revista Hello! classifica como um produto “acessível” do look de Kate, contudo a Mini Holly está à venda online por 465 euros.
Na véspera, no fórum em Birmingham, o que se destacou no look da princesa de Gales foi um par de brincos que lhe foi oferecido por Sarah Renton, a treinadora do clube Maidenhead Rugby Club, e que foram feitos em memória da filha que se suicidou aos 17 anos. Kate usou também um blazer num chamativo tom de amarelo mostarda, da marca LK Bennett, a cor da campanha #HelloYellow da associação de solidariedade Young Minds. Ao terceiro dia de visitas, Kate rendeu-se aos jeans para dar ao seu look um tom desportivo uma vez que estava a promover a atividade física. Combinou os seus skinny jeans escuros com blazer azul Klein e uma t-shirt branca.
Mental é uma secção do Observador dedicada exclusivamente a temas relacionados com a Saúde Mental. Resulta de uma parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e com o Hospital da Luz e tem a colaboração do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Psicólogos Portugueses. É um conteúdo editorial completamente independente.
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