Oito golos marcados e nenhum sofrido e liderança do grupo G de qualificação para o Europeu da Eslováquia. Era o registo perfeito para a seleção sub-21 encarar o terceiro duelo do apuramento para a competição que decorre em 2025. Perante a equipa das quinas ia estar um adversário que, ao contrário de Portugal, chegava ao sexto encontro com apenas três pontos nos compromissos realizados. Perante o cenário e o valor dos adversários, o esperado é que, mais tarde ou mais cedo, os jogadores de Rui Jorge consigam o passaporte para a fase final, sendo que, em Barcelos, deram mais um passo para isso acontecer.

O último jogo de Portugal tinha sido em setembro, também ele contra a Bielorrússia. Nessa ocasião, a seleção nacional goleou por 5-0. “A nossa equipa não será a mesma e a deles eventualmente também não. As incidências do jogo serão diferentes, também porque marcámos cedo lá e fizemos um resultado confortável cedo. Isso permite tranquilizar a equipa”, disse Rui Jorge na antevisão ao encontro. Ainda assim, o treinador português referiu que se Portugal jogasse dentro dos seus padrões a vitória estaria mais perto. “Se estivermos ao nosso melhor nível, seremos melhores que a Bielorrússia, não podemos dizer isto contra todas as seleções, mas com uma seleção como a Bielorrússia podemos dizê-lo”.

Pois é, às vezes esquecemo-nos mas Fábio Silva ainda só tem 21 anos: Portugal goleia Bielorrússia na qualificação para o Europeu Sub-21

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Entre os 23 convocados, Rui Jorge promoveu três estreias: Francisco Lemos (Atlético CP), Hugo Félix (Benfica) e Tiago Morais (Boavista). As mudanças dão continuidade a um processo de renovação que está em curso e que tem um revés.”Estamos uma equipa um pouco menos segura, mudaram um bocado as características do nosso jogo. Vamos tentar fazê-lo bem, seremos mais incisivos no ataque e vamos tentar fazer um jogo entusiasmante”, perspetivou o treinador.

Já com um golo numa qualificação na qual Fábio Silva tem sido o jogador em maior evidência, Tiago Tomás, avançado do Wolfsburg, pretendia que a seleção nacional aplicasse a capacidade concretizadora contra a Bielorrússia. “É óbvio que se pudermos ganhar por dois não vamos ganhar por um, ou se pudermos ganhar por três não vamos ganhar por dois, mas só no decorrer do jogo é que vamos conseguir olhar mais para esse aspeto”. Assim foi.

Rui Jorge montou a equipa num 4x3x3 que, na prática, se desdobrava num super ofensivo 3x2x5. Paulo Bernardo deambulava entre a esquerda e o meio. Rodrigo Gomes, que partia como lateral, posicionava-se como um extremo. Fábio Silva e Henrique Araújo foram as referências do ataque sempre com Francisco Conceição por perto, mas procurando associações com Rodrigo Gomes. O meio-campo foi guiado por Dário Essugo e João Marques. A construção a três do ataque posicional que se verificou continuamente era iniciado por Rafael Rodrigues, Renato Veiga e Tomás Araújo. Nas escolhas para o jogo para a Bielorrússia, Rui Jorge deixou de fora Leonardo Buta, Eduardo Quaresma e Francisco Lemos.

Depois da ameaça de Henrique Araújo, Portugal conseguiu mesmo chegar ao golo logo a abrir. O canto foi marcado tão rápido e à maneira curta que o central Renato Veiga (11′) ainda nem tinha chegado à área. O atraso acabou por compensar. A defesa bielorrussa não contava que aparecesse mais alguém naquela zona do terreno. Por isso, o jogador formado no Sporting não teve oposição que o impedisse de marcar.

O domínio territorial português era evidente, furar a última linha defensiva é que não era tão fácil como ter posse. Num raro momento ofensivo, a Bielorrússia empatou também na sequência de um canto. Maksim Kasarab (25′) cabeceou sem marcação e empatou. Estava retribuída a benesse e Portugal sofria o primeiro golo no apuramento.

Foi necessário então Portugal ir à procura de outras soluções. Rafael Rodrigues começou a soltar-se mais e Paulo Bernardo a ficar mais fixo no corredor esquerdo. Perante um estímulo diferente, a defesa da Bielorrússia não reagiu bem. Estava criado o espaço para o cruzamento. Depois, foi o trabalho dos avançados a funcionar. Henrique Araújo atacou o primeiro poste e, mesmo não recebendo a bola, abriu espaço para o embalo de Fábio Silva (34′) na zona de penálti e o avançado do Wolverhampton fez o quarto golo em três jogos na qualificação para o Europeu.

De novo na frente do marcador, a confiança da equipa das quinas era total e praticamente já só Tomás Araújo e Renato Veiga ficavam na retaguarda. Os bielorrussos estavam sufocados e perdiam a bola em zonas sensíveis. Francisco Conceição (41′) recebeu na direita, como em tantas ocasiões, mas, desta vez, abriu um túnel sobre Kasarab e fez o terceiro num lance genial que lhe valeu o primeiro golo desde abril.

A partir daqui, a atitude combativa da Bielorrússia baixou e a defesa tornou-se ainda mais permissiva. Com isso, Portugal conseguiu alargar a vantagem através de Paulo Bernardo (59′) num lance nada bonito, mas altamente eficaz. Entretanto, Tiago Morais e Hugo Félix fizeram a estreia nos sub-21. As mexidas de Rui Jorge levaram também Mateus Fernandes (80′) para dentro do campo. Um remate de fora de área deu o quinto golo a Portugal. Rodrigo Gomes (87′) fez o 6-1 com que a seleção nacional manteve a invencibilidade no grupo G.