Não foi propriamente uma estreia de encantar, o resultado também acabou por não fazer jus à superioridade que Portugal teve ao longo de todo o encontro. A Seleção Sub-21 iniciou um novo ciclo com o treinador Rui Jorge no comando em busca de mais uma qualificação para a fase final do Europeu da categoria com uma clara vitória frente a Andorra por 3-0 mas nem tudo tinha sido perfeito, entre os erros no último terço e uma circulação de jogo que nem sempre foi tão fluida como é habitual na equipa qualquer que seja a geração. Com isso, a deslocação à Bielorrússia surgia como uma espécie de teste para aferir aquilo que Portugal conseguia fazer nesta fase com nomes mais conhecidos e outros que começam agora a despontar na Liga.

O Fábio que marca e assiste: Portugal vence Andorra na estreia no apuramento para o Europeu Sub-21

“A equipa está bem, recuperada fisicamente e isso era importante. Estamos confiantes e desejosos de mostrar o nosso valor. Creio que vai ser uma partida em que se irá manter o nosso maior domínio e uma defesa mais baixa da parte deles. Ainda assim, têm mais capacidade para sair em ataque rápido e em contra-ataque. Têm jogadores bastante altos e, se estiver vento, como estava no treino, é uma situação que poderá complicar aquilo que pretendemos fazer. Ainda assim, será um jogo que queremos vencer. Vamos tentar impor o nosso estilo de jogo e fazer uma boa exibição”, frisara Rui Jorge, olhando para o jogo com Andorra.

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“É verdade que tivemos uma ou outra ocasião que poderíamos ter marcado e não o fizemos. A essência é para manter, a segurança com bola que tivemos é para manter. Devemos ter mais acutilância, ser mais agressivos com bola, embora ache que possa ser um jogo ligeiramente diferente e que pode abrir mais do que o jogo contra Andorra”, alertara o técnico na antevisão de uma partida que acabaria por ganhar quase na perfeição os moldes que tinham sido lançados antes da conferência realizada na cidade de Armavir.

Defrontando uma Bielorrússia que apesar de ter também três pontos já tinha realizado antes quatro jogos nesta fase de qualificação (0-0 com Andorra, 1-1 com a Grécia, 1-1 de novo com Andorra e 2-3 com as Ilhas Faroé), Portugal esteve bem melhor em termos de qualidade exibicional e acabou por arrumar a questão na primeira parte com um João Neves que assume o comando das operações de qualquer equipa onde jogue, um João Marques (médio do Estoril) a fazer uma estreia de sonho na Seleção e um Fábio Silva ao mais alto nível a mostrar que está apostado em relançar uma carreira que após a saída do FC Porto teve uma passagem sem grande êxito pelo Wolverhampton mas voltou a crescer com os empréstimos a Anderlecht e PSV na última temporada antes do regresso a Inglaterra de um jogador que, apesar de tudo, tem apenas 21 anos.

Com duas alterações em relação à equipa que iniciou o encontro com Andorra, com as saídas no meio-campo de Mateus Fernandes e Vasco Sousa para as entradas de João Marques e Pedro Santos, Portugal entrou a todo o gás na partida e não demorou a inaugurar o marcador, com João Neves a cruzar da direita para o desvio de Fábio Silva na área (9′). Samuel Soares ainda evitou depois o empate de Shumansky na sequência de um mau atraso de Paulo Bernardo (13′) mas seria a Seleção a carregar em força no acelerador até chegar à vantagem que a equipa A conseguiu com o Luxemburgo na véspera: Henrique Araújo fez o 2-0 depois de um centro de João Marques com assistência de Fábio Silva (26′), o mesmo Fábio Silva marcou o 3-0 num penálti que tinha sofrido (34′) e João Marques aumentou para 4-0 após nova assistência de Fábio Silva (44′).

Este era um típico jogo que se poderia complicar com o passar dos minutos mas que Portugal teve a arte e o engenho de simplificar com a boa entrada, o que fez com que Rui Jorge olhasse para a utilização de alguns dos jogadores nas suas equipas e para a vontade de querer manter a mesma intensidade e fizesse três mexidas logo ao intervalo, com as saídas de João Neves, Henrique Araújo e Fábio Silva para as entradas de Dário Essugo, Rodrigo Gomes e Tiago Tomás. O perigo voltou a rondar a baliza logo no reatamento com um desvio de cabeça à trave de Tomás Araújo após livre lateral (48′) mas o golo foi sendo adiado por Kozakevich apesar das várias tentativas até Rodrigo Gomes aproveitar uma defesa incompleta a remate de calcanhar de Tiago Tomás após cruzamento de Carlos Borges para fazer o 5-0 final no encontro (89′).