O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, disse este domingo no seu comentário semanal na SIC que o Orçamento do Estado para 2024 é “mais eleitoralista do que se esperava” porque António Costa quer vencer “as últimas eleições nacionais da sua responsabilidade” (as europeias) e porque tem “algum medo” que haja uma dissolução da Assembleia da República, em 2025.
O comentador político diz que “os primeiros-ministros em geral não dão grande importância às europeias“, mas António Costa “quer ganhar” por já não voltar a ir a votos em 2026 e só já ser responsável pelos resultados eleitorais nas autárquicas de 2025 (“que são 308 eleições locais”). Isso e por o primeiro-ministro, diz o também conselheiro de Estado, ter “um certo receio” da ‘bomba atómica’ presidencial, à qual será mais fácil de estar imune caso vença as europeias.
Marques Mendes destaca pontos positivos do Orçamento (como a redução da dívida, do défice e do IRS), mas também os negativos (como a falta de ambição económica e o peso dos impostos indiretos). Para o comentador, neste orçamento, “o Governo dá com uma mão e tira com a outra”. Como ministro vencedor, Mendes elege Medina, como derrotado António Costa Silva, que diz que ser “ausente” e que “parece que nem esteve nos conselhos de ministros”.
Ainda sobre o Orçamento, Marques Mendes critica ainda as primeiras declarações do líder do PSD, Luís Montenegro, porque não acha bem que “ande a fazer graçolas” como dizer que o OE é “pipi e betinho”. Apesar disso, diz que o atual líder do PSD teve uma “boa entrevista” à CNN no início da semana e que considera que foi “corajoso”.
Marques Mendes revelou ainda que a escolha para o Governo para presidir à ANACOM, é Sandra Maximiano, economista do ISEG. O nome terá ainda de passar pela CReSAP e ir a votos no Parlamento.