Abdeslam Lassoued, de 45 anos, é o principal suspeito de ter matado esta segunda-feira duas pessoas de nacionalidade sueca e de ferir gravemente outra num ataque terrorista que levou Bruxelas a acionar o nível mais elevado de ameaça, que ainda se mantém. O tunisino pediu asilo à Bélgica em 2019, mas foi-lhe recusado. Quatro anos depois, pegou numa metralhadora e saiu às ruas da capital do país “para vingar os muçulmanos”, como afirmou num vídeo partilhado no Facebook, sob o nome Slayem Slouma.
O autor do ataque na cidade europeia defendeu ainda que “quem vive pela religião também morre por ela”. Na manhã desta terça-feira, depois de ter sido avistado num café e de uma troca de tiros com a polícia belga, foi atingido e acabou por não resistir a dois ataques cardíacos quando estava a ser transportado para o hospital.
Esse é o terrorista muçulmano que matou a tiro dois suecos em Bruxelas nesta segunda-feira. No vídeo, que precisa ser verificado, o supostamente tunisiano, Slayem Slouma, afirma pertencer ao ISIS e se orgulha de ter matado infiéis (não muçulmanos). pic.twitter.com/xksMZ75K1M
— Julio Marinho (veja meu fixado) ????️????️???? (@JulioMarinho) October 16, 2023
Quando disparou contra dois adeptos suecos — presentes na cidade a propósito do jogo entre as seleções de futebol da Bélgica e da Suécia — Abdeslam usava um capacete e um colete laranja fluorescente. Antes de atingir as vítimas gritou “Allahu Akbar” (“Alá é Grande”, em português). É a envergar esta peça de vestuário que surge em vários vídeos amadores nas redes sociais que registam o antes, durante e depois do ataque.
O jornal belga Sudinfo noticiou que o homem de 45 anos vivia em Schaerbeek, o bairro onde foi avistado e abatido pelas autoridades. O mesmo órgão de comunicação avançou que Abdeslam Lassoued já foi julgado na Tunísia por atos terroristas e que se encontrava ilegalmente na Bélgica desde 2019.
Segundo o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, que esta terça-feira de manhã reagiu ao ataque, o autor do ataque visitava ocasionalmente a Suécia. Na manhã de segunda-feira, horas antes do ataque, o homem já tinha publicado um vídeo em que referia a criança muçulmana de seis anos que foi esfaqueada 26 vezes nos Estados Unidos da América (EUA), no domingo. Abdeslam defendia que “se ele fosse cristão”, o ato “teria sido chamado de terrorismo e não um crime brutal”.
Criança muçulmana de seis anos esfaqueada mortalmente 26 vezes nos EUA
Em aberto está ainda a possibilidade de o autor do ataque não ter agido sozinho. Esta terça-feira, o jornal Sudinfo diz que polícia está à procura de um segundo suspeito. “Não podemos confirmar que o autor agiu sozinho”, afirmou Annelies Verlinden, ministra Administração Interna, ao canal VTM Nieuws. De acordo com a governante belga, existe a possibilidade de haver “ramificações” ou cúmplices do ataque.