O sindicato S.T.O.P. confirmou neste sábado a marcação de uma greve “nacional” nas escolas, para o período entre 13 a 29 de novembro. A greve foi confirmada por André Pestana, líder deste sindicato, que explicou que a data (final) da greve coincide com a votação final de um Orçamento do Estado que “não reflete as necessidades que a escola pública tem”.

“Será uma greve nacional de 13 a 29 de novembro e depois confiamos que, como ficou demonstrado no passado, cada escola, cada agrupamento se organize e que decida quando e se é o melhor momento para encerrar a escola”, explicou André Pestana, numa conferência de imprensa em Coimbra. A greve “será de âmbito nacional, qualquer escola poderá aderir e encerrar a escola”, indicou.

A data final do período, 29 de novembro, é o dia da votação final do Orçamento do Estado, na Assembleia da República. E, por isso, “queremos pressionar para que o Orçamento do Estado reflita as necessidades que a escola pública tem, que não estão a ser refletidas neste momento”, afirmou André Pestana. Os profissionais de educação “não desistem de lutar por uma escola pública de excelência para todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”, garantiu.

Queremos alertar os pais e a sociedade em geral que, se nada for feito, o próximo Orçamento do Estado irá aprofundar a degradação da escola pública e a qualidade de ensino dos nossos filhos, comprometendo de forma irreversível o seu futuro”, salientou André Pestana.

Para o líder do S.T.O.P., “este ano é um ano nevrálgico, temos crescimento económico, uma receita fiscal [extra] de dois mil milhões de euros”. “Se não é neste ano que se investe nos serviços públicos, designadamente na escola pública, quando será?”, perguntou. “Não podemos continuar com dezenas de milhar de alunos com falta de professores, psicólogos, terapeutas, assistentes operacionais e com profissionais de educação desconsiderados, exaustos e roubados nos seus direitos”, rematou.

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A greve nacional de 13 a 29 de novembro será organizada em cada escola e agrupamento, como no ano letivo anterior, através dos fundos de greve, “que são 100% legais, com total autonomia e decisão democrática dos docentes e não docentes de cada estabelecimento”.

A manifestação nacional de 18 de novembro vai realizar-se do Ministério da Educação até à Assembleia da República.