A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, prometeu, esta terça-feira, uma “luta impiedosa” contra o aumento do antissemitismo após a descoberta de graffiti antijudaicos em edifícios de vários bairros da capital.

A descoberta foi feita em plena guerra entre Israel e o Hamas, em que milhares de israelitas e palestinianos foram mortos e centenas de israelitas foram feitos reféns em Gaza.  “A situação no Médio Oriente não serve como justificação para o antissemitismo”, afirmou Borne perante a Assembleia Nacional durante uma sessão de perguntas. “Nada justifica o antissemitismo, o meu governo está determinado a travar uma luta impiedosa contra o mesmo”, acrescentou.

Desde o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro, as autoridades francesas registaram 857 atos antissemitas, disse o ministro do interior, Gerald Darmanin. “São tantos atos de antissemitismo em três semanas como os registados até agora neste ano”, afirmou Darmanin.

O ministro do Interior disse que a polícia e as autoridades judiciais iniciaram várias investigações sobre os graffiti antijudaicos em torno da capital francesa e prometeram às comunidades judaicas em todo o país “protegê-las, absoluta e completamente, dia e noite”. O graffiti incluía uma Estrela de David azul estampada em vários edifícios da capital.

“Estou a chorar porque sinto novamente o ódio que existia quando éramos crianças”, afirmou Marie, uma moradora de um edifício com graffiti.

Carine Petit, presidente da Câmara Municipal do 14º distrito de Paris, recordou aos residentes que estes graffiti provocam memórias dolorosas. “Este ato de marcar (edifícios) faz lembrar os anos da Segunda Guerra Mundial, que levaram ao extermínio de milhões de judeus”, afirmou Petit numa declaração publicada no X, antigo Twitter.

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