Siga aqui o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

No 622.º dia de guerra na Ucrânia, a Rússia concluiu o processo de saída do Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (FCE), que denunciou em maio. A rescisão foi anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, que disse que “o documento jurídico internacional, cuja validade foi suspensa já em 2007, foi definitivamente remetido para a história”.

Perante esta decisão, os aliados da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenaram a “retirada da Rússia”, dizendo que “é a última de uma séria de ações que comprometem sistematicamente a segurança euro-atlântica”. Por isso, resolveram também suspender a aplicação do tratado por tempo indeterminado.

Seria insustentável uma situação em que os Estados Aliados respeitassem o Tratado e a Rússia não o fizesse”, lê-se na posição oficial. “Os Aliados continuam unidos no seu empenhamento num controlo eficaz das armas convencionais como elemento-chave da segurança euro-atlântica, tendo em conta o ambiente de segurança prevalecente e a segurança de todos os Aliados.”

A manhã foi ainda marcada por uma sondagem do jornal social-democrata húngaro Népszava, que mostrou que 52% dos inquiridos consideraram que não foi aceitável o encontro do Presidente Viktor Órban com Vladimir Putin, em Pequim.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Orbán defende aperto de mão a Putin e diz estar orgulhoso de “estratégia”

Apesar disto, 32% dos entrevistados disseram que a reunião foi vantajosa para o Presidente húngaro, por causa do fornecimento de gás e petróleo; 33% considerou que ambos os países beneficiam desta ligação; e 19% achou que a vantagem é para o Presidente russo porque a Hungria “valoriza e legitima o agressor”.

O que se passou durante a noite?

  • Os primeiros cinco caças F-16 que os Países Baixos doaram à Ucrânia chegaram nesta terça-feira à base aérea romena de Fetesti, onde se aguardam seis pilotos ucranianos para iniciar formação nos caças norte-americanos, informou o Ministério da Defesa romeno.
  • As autoridades de ocupação russas no leste da Ucrânia condenaram três soldados ucranianos capturados a 26 anos de prisão, cada um, por tentativa de homicídio e tratamento cruel de civis em Mariupol, na primavera de 2022.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, esteve reunido com o Comissário Europeu para a Justiça, Didier Reynders, tendo aproveitado para discutir o uso que será atribuído aos ativos russos congelados.
  • Os democratas do Senado dos EUA bloquearam a tentativa dos republicanos de aprovar um projeto-lei, aprovado na Câmara dos Representantes na semana passada, que visa prestar ajuda de emergência a Israel e retirar o apoio à Ucrânia.
  • A Comissão Europeia vai apresentar na quarta-feira um relatório sobre os progressos democráticos dos países com estatuto de candidato à adesão à União Europeia (UE), um objetivo político central para a Ucrânia.
  • O nome de Sergio Gerardo Ugalde Godinez, o juiz do Tribunal Penal Internacional (TPI) que emitiu um mandado de captura contra Vladimir Putin, Presidente russo, e a Comissária para os Direitos das Crianças, Maria Lvova-Belova, foi acrescentado à base de dados das pessoas procuradas pela Rússia, informou a TASS.
  • O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky assegurou que o seu país fará “parte da União Europeia (UE)”, na véspera da publicação de um relatório sobre os progressos realizados pela Ucrânia, que tem estatuto de candidata.
  • O major Hennadii Chastiakov, alto assessor do comandante-chefe da Ucrânia, morreu na sequência da explosão de uma granada que lhe foi oferecida como prenda de aniversário, afirmou o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, no Telegram.

Assessor do líder das Forças Armadas ucranianas morre após receber granadas como presente de aniversário. Filho ficou ferido

  • O antigo ministro da Cultura e ativista bielorusso Pavel Latushka apresentou um segundo dossier ao Tribunal Penal Internacional (TPI) com alegadamente novas provas que mostram que o Presidente Alexander Lukashenko esteve envolvido na transferência forçada de crianças ucranianas.

Lukashenko volta a ser alvo de investigação. Ativista apresenta novas provas de envolvimento na deportação de crianças ucranianas

O que se passou durante a manhã e início da tarde?

  • Os sete países mais industrializados do mundo reuniram-se em Tóquio e devem reafirmar o apoio à Ucrânia declarado em maio em Hiroshima. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, vão pedir que “não se esqueça” o conflito, que passou para segundo plano na atenção mundial face à guerra entre Israel e o Hamas.
  • O Kremlin disse não ter informações sobre os danos e potenciais reparações no cabo de telecomunicações que liga São Petersburgo à região de Kaliningrado, noticiou a agência de notícias russa TASS.
  • A Comissão Europeia terá considerado que a Ucrânia cumpriu integralmente quatro dos sete passos necessários para iniciar as discussões de adesão à União Europeia, de acordo com um documento interno que a Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL) diz ter tido acesso, mas que o Observador não teve oportunidade de consultar.
  • A ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoko Kamikawa, disse que o G7 vai manter o compromisso de ajuda à Ucrânica, apesar da guerra entre Israel e o Hamas, noticiou o Kyiv Independent.
  • As forças russas destruíram um posto de observação ucraniano e um depósito de munições na região de Kherson na segunda-feira, de acordo com um porta-voz dos serviços de emergência regionais, citado pela agência de notícias russa TASS.