A presidente da Câmara Municipal de Tondela, Carla Antunes Borges, disse esta terça-feira estar “um bocadinho mais tranquila” depois de ter recebido a garantia de que as urgências do hospital do seu concelho manterão “o funcionamento normal”.
Há uma semana, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu — que integra o Hospital de Cândido de Figueiredo (Tondela) e o Hospital de São Teotónio (Viseu) — anunciou que a urgência em cirurgia e ortopedia estará encerrada à noite durante este mês e que a via verde coronária estará inativa por 12 dias, por indisponibilidade dos médicos.
Preocupada com o impacto que a greve dos médicos às horas extraordinárias poderia ter no hospital de Tondela, a autarca pediu uma reunião à administração, que foi esta terça-feira realizada.
“Saio desta reunião um bocadinho mais tranquila pelo facto de nos terem garantido que as urgências de Tondela não iriam ficar afetadas e que não iriam ser alvo de um plano de contingência como está a acontecer com o serviço de urgências do Hospital de Viseu”, contou Carla Antunes Borges.
A autarca social-democrata referiu que ficará a “aguardar serenamente pela evolução dos acontecimentos”, até porque “o que está a acontecer nas urgências é um acontecimento sistémico, transversal às várias unidades hospitalares do país”.
“As urgências de Tondela, apesar de funcionarem com médicos prestadores de serviços, não estão afetadas por enquanto, vamos aguardar, acreditando que assim seja”, acrescentou.
Carla Antunes Borges mostrou-se, no entanto, apreensiva relativamente à situação do hospital de Viseu.
“Manifestámos a nossa preocupação pela maneira como as urgências de Viseu estão a funcionar, com um plano de contingência ativado, apesar de até ao momento não se terem registado situações de maior gravidade, mas isso não significa que elas não possam acontecer”, considerou.
Além do funcionamento das urgências, a reunião serviu também para discutir as dívidas do hospital aos bombeiros de Tondela e do Vale de Besteiros relativas ao transporte de doentes e que rondam os 100 mil euros.
Segundo Carla Antunes Borges, “houve um compromisso de regularizar a situação de uma forma breve e célere”, o que a deixou satisfeita, porque “estas associações humanitárias não podem ser o albergue de uma gestão financeira que não acontece”.
“Não se compreende que o hospital tenha dívidas registadas há mais de um ano. Se queremos ser pessoas de boas contas temos de fazer pagamentos atempadamente”, defendeu.