Quando o Sp. Braga perdeu com o Real Madrid na Pedreira, há duas semanas, ficou claro que um cenário em que os minhotos conquistavam pontos aos merengues não era propriamente uma quimera. A equipa de Artur Jorge jogou bem, marcou um golo, teve várias oportunidades para marcar mais e só foi vergada pela óbvia discrepância de qualidade individual. Esta quarta-feira, em pleno Santiago Bernabéu, tinha mais uma oportunidade para fazer diferente.

Ainda assim, nas duas semanas que passaram, o registo do Sp. Braga não foi brilhante. Empatou com o Gil Vicente em Barcelos, empatou com o Casa Pia para a Taça da Liga e ainda começou a perder com o Portimonense, acabando por resgatar uma importante goleada aos algarvios que incluiu um hat-trick de Simon Banza. Para pontuar em Madrid, porém, era preciso apresentar apenas a melhor versão dos minhotos: e Artur Jorge tinha noção disso.

Estes guerreiros caem, mas caem sempre de pé. Mesmo contra quem tem coroa (a crónica do Sp. Braga-Real Madrid)

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“Os elogios ao nosso desempenho têm agradado, é motivador para nós darmos continuidade ao trabalho. Mas a boa exibição do primeiro jogo resulta em zero pontos, daí a importância de aliar os bons desempenhos aos pontos para podermos dar continuidade ao trajeto nesta competição. Estamos satisfeitos com o que temos feito até à data, mas sabemos da dificuldade que teremos pela frente. Nesse sentido, perspetivamos uma equipa que possa ser igualmente competitiva e corajosa para poder disputar o jogo”, disse o treinador português na antevisão.

Neste contexto, no Santiago Bernabéu, Artur Jorge lançava Bruma, Álvaro Djaló e Ricardo Horta no ataque, deixando Abel Ruiz, Simon Banza e também Al Musrati no banco. Já Carlo Ancelotti, num Real Madrid que vinha de um empate a zeros contra o Rayo Vallecano, apostava em Rodrygo e Vinícius no setor ofensivo, apoiados por Brahim Díaz, e poupava Modric, sendo que Jude Bellingham começava no banco depois de ter sido dúvida durante toda a semana devido a uma luxação no ombro.

O Sp. Braga teve a oportunidade de abrir o marcador logo nos minutos iniciais, com Lucas Vázquez a fazer falta sobre Borja no interior da grande área do Real Madrid: na conversão, porém, Lunin defendeu o remate de Álvaro Djaló e manteve o nulo (6′). Os merengues ainda tiveram um golo anulado, com Brahim Díaz a marcar mas o lance a ser invalidado por falta de Vinícius sobre Niakaté (12′), e o primeiro golo do jogo só apareceu mesmo já perto da meia-hora.

Rodrygo desequilibrou na esquerda até à linha de fundo e a cruzou atrasado, onde Brahim Díaz surgiu a desviar para bater Matheus (27′). Ao intervalo, os minhotos estavam a perder pela margem mínima em Madrid, mas a partida estava equilibrada ao ponto de ser possível acreditar numa reação portuguesa no segundo tempo. Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Real Madrid conseguiu aumentar a vantagem antes da hora de jogo, com Vinícius a receber de Vázquez na área, a tirar José Fonte da frente com a receção e a atirar cruzado para a baliza (58′).

Dois minutos depois, o terceiro golo: contra-ataque rápido, Vinícius a acelerar na esquerda e a deixar em Rodrygo, que à saída de Matheus tirou um chapéu por cima do guarda-redes e aumentou a vantagem (61′). Artur Jorge ainda lançou Al Musrati, Abel Ruiz e Joe Mendes, oferecendo também minutos no Bernabéu a André Horta e Simon Banza, mas o resultado não voltou a alterar-se. O Real Madrid voltou a vencer o Sp. Braga, garantindo o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões e deixando os minhotos no terceiro lugar do Grupo C com apenas três pontos, sendo que o Nápoles tem sete e que o Union Berlin tem apenas um.