Era mais uma convocatória, podia ser mais do que uma convocatória. Pela primeira vez desde que assumiu o cargo de selecionador nacional, Roberto Martínez fazia uma lista de jogadores que podia não ter como único propósito as opções para garantir a qualificação para a fase final do Campeonato da Europa. Razão? Essa já estava garantida. O técnico espanhol assumiu depois da goleada com a Bósnia que os objetivos desportivos se mantinham intactos, nomeadamente a possibilidade de garantir o apuramento apenas com vitórias e com o melhor rendimento em comparação com todos os grupos, mas tinha margem para poder promover algumas chamadas de jogadores com menos espaço – e essa era a grande curiosidade para este anúncio.

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Já com o apuramento garantido, com oito vitórias noutros tantos jogos a que se junta uma média de quatro golos marcados por jogo (total de 32) e 0,25 sofridos (dois), Portugal iria fechar esta fase de apuramento com uma deslocação ao Liechtenstein na próxima quinta-feira e uma receção à Islândia no dia 19 sabendo que alguns jogadores iriam sempre cair por motivos físicos, a começar pelo lesionado Danilo. Assim, além da nota para o regresso de Pepe, ausente por lesão na lista anterior, o destaque recaiu nas chamadas de Matheus Nunes e Bruma. Além do jogador do PSG, saíram dos convocados Raphael Guerreiro e Pedro Neto.

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  • Guarda-redes: Diogo Costa (FC Porto), José Sá (Wolverhampton) e Rui Patrício (Roma);
  • Defesas: Diogo Dalot (Manchester United), Nélson Semedo (Wolverhampton), João Cancelo (Barcelona), Rúben Dias (Manchester City), António Silva (Benfica), Gonçalo Inácio (Sporting), Pepe (FC Porto) e Toti Gomes (Wolverhampton);
  • Médios: João Palhinha (Fulham), Rúben Neves (Al-Hilal), João Neves (Benfica), Bruno Fernandes (Manchester United), Otávio (Al Nassr), Vitinha (PSG) e Matheus Nunes (Manchester City);
  • Avançados: Bernardo Silva (Manchester City), Ricardo Horta (Sp. Braga), Rafael Leão (AC Milan), João Félix (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Al Nassr), Bruma (Sp. Braga), Gonçalo Ramos (PSG) e Diogo Jota (Liverpool).

“Temos um estágio agora para terminar a fase de apuramento mas depois temos o estágio de março, muito importante. A porta da Seleção está sempre aberta mas precisamos de continuidade. Precisamos de criar um grupo competitivo. É difícil ter uma lista de 23 jogadores quando temos muitos mais. A resposta é clara. O trabalho mais difícil para mim e para a minha equipa técnica é reduzir a lista a 23. Agora o foco é jogo com o Liechtenstein e a Islândia, poder terminar esta fase de apuramento histórica da melhor maneira possível”, comentou o selecionador após o anúncio. “Pote de fora? A lista não deixa ninguém de fora. São jogadores que estão na pré-lista, como o Bruma, que entra para substituir o Pedro Neto. É uma questão de perfil, o que queremos e precisamos fazer taticamente dá a oportunidade a outros. Jogadores como William, Nuno Santos, Pote, João Mário do FC Porto, que estão a jogar muito bem, têm de esperar”, acrescentou.

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“Estamos a acompanhar o Bruma desde janeiro. Cresceu muito na época passada, agora tem experiência na Champions e um papel importante. E é o perfil. Perdemos o Pedro Neto, jogadores que podem dar o que ele dá são o Bruma e o Galeno. O Bruma mereceu e tem a oportunidade. Danilo está lesionado, dá oportunidade a outro jogador de perfil diferente e o Matheus [Nunes], que esteve noutro estágio, tem oportunidade. E está num balneário que ganhou tudo, agora tem jogado. Pode dar-nos valências diferentes. Não é a questão de não escolher um jogador, é a questão de escolher outros. Temos muitos aspetos que valorizar e fazemo-lo de forma muito honesta. O Pepe teve um impacto grande no estágio com a Seleção. Tem um profissionalismo exemplar, uma experiência muito importante. Merece estar na Seleção e o próximo objetivo dele e nosso é estar bem para estes jogos. Depois podemos valorizar e analisar isso. É uma boa notícia ter a experiência e profissionalismo do Pepe, gostei muito disso quando ele esteve cá”, salientou.