Seis jogos, outras tantas vitórias, 24 golos marcados numa média de quatro por partida, nenhum sofrido. O arranque de Roberto Martínez na Seleção Nacional dificilmente poderia ser melhor, com Portugal a chegar a outubro com a possibilidade de carimbar a qualificação para a fase final do Campeonato da Europa de 2024, na Alemanha. Mais: esse apuramento até pode ser carimbado já na partida frente à Eslováquia da próxima sexta-feira, no Porto, se o conjunto nacional vencer o atual segundo classificado do grupo e Luxemburgo e Bósnia não consigam vencer os respetivos compromissos. Se assim não for, a Seleção terá o primeiro match point na cidade de Zenica diante dos bósnios, num encontro que está marcado para dia 16.

Pepe de fora, Pedro Neto volta, João Félix e João Cancelo chamados: os 24 convocados de Roberto Martínez

No entanto, e apesar desse conforto no grupo J que apura de forma os dois primeiros classificados, Roberto Martínez mantém como objetivo o pleno de triunfos na fase de qualificação (como conseguiu quando estava no comando da Bélgica), não abrindo assim espaço a muitas surpresas no núcleo duro de jogadores chamados a nova convocatória, até por forma de ir trabalhando também aquilo que poderá ser a prestação na fase final do Campeonato da Europa. Assim, e em comparação com a última lista para as partidas diante de Eslováquia (1-0) e Luxemburgo (9-0), João Neves é a grande novidade entre os 26 eleitos, sendo que além dos 24 da derradeira chamada que se mantêm há também o regresso de Raphael Guerreiro. Pepe, que tem estado de fora por questões físicas, continua à parte naquela que foi “a lista mais difícil de fazer”.

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Seis vitórias, 24 golos marcados, zero sofridos, a maior goleada de sempre: a entrada histórica de Martínez na Seleção

Os 26 convocados de Roberto Martínez para os jogos com a Eslováquia e a Bósnia

  • Guarda-redes: Diogo Costa (FC Porto), José Sá (Wolverhampton) e Rui Patrício (Roma)
  • Defesas: Diogo Dalot (Manchester United), Nelson Semedo (Wolverhampton), Danilo Pereira (PSG), Rúben Dias (Manchester City), António Silva (Benfica), Gonçalo Inácio (Sporting), Toti Gomes (Wolverhampton), João Cancelo (Manchester City) e Raphael Guerreiro (Bayern)
  • Médios: João Neves (Benfica), João Palhinha (Fulham), Rúben Neves (Al Hilal), Bruno Fernandes (Manchester United), Otávio (Al Nassr), Vitinha (PSG) e Bernardo Silva (Manchester City);
  • Avançados: Ricardo Horta (Sp. Braga), Rafael Leão (AC Milan), João Félix (Atl. Madrid), Cristiano Ronaldo (Al Nassr), Pedro Neto (Wolverhampton), Gonçalo Ramos (PSG) e Diogo Jota (Liverpool)

“Acho que o João Neves deu um passo em frente na sua evolução como futebolista. Esta época está a liderar uma equipa como o Benfica, com jogos na Champions. Foi o homem do jogo contra o FC Porto… Depois do desempenho que teve com os Sub-21 no último estágio, é um merecido passo em frente. Agora tem de lutar para o próximo passo na sua carreira”, explicou Martínez após o anúncio dos convocados. “Acho que foi a lista mais difícil para nós. Fizemos uma pré-lista de 42 jogadores e foi muito difícil. Não acho que haja um jogador que não mereça continuar depois do desempenho no último estágio, foi um resultado histórico e um comportamento exemplar. Temos jogadores portugueses que estão a jogar a um alto nível como o Diogo Leite, o Bruma, o Matheus Nunes, o Galeno, o João Mário, o William Carvalho… Acho que temos um grupo de jogadores muito maior do que as posições que existem disponíveis. Mas é uma boa notícia para o futebol português, há muita competitividade pelas posições na Seleção”, acrescentou o selecionador nacional.

“A meta é crescer, melhorar e criar um grupo com um comportamento vencedor. Temos um jogo contra a Eslováquia, que sabemos que é uma equipa muito bem trabalhada. Depois temos uma visita à Bósnia, que tem um novo treinador e isso é um fator emotivo que precisamos de igualar. O próximo objetivo é ganhar o jogo seguinte, mas depois é importante experimentar, fazer com que a nossa força tática cresça. Fazer isso a ganhar é o que precisamos”, destacou depois sobre os próximos dois compromissos da Seleção que poderão garantir de forma matemática a qualificação para a fase final do Campeonato do Europa.

“Acredito que o futebol é uma oportunidade para inspirar e marcar um país. Vocês têm a experiência do Euro-2004 e acho que, para Portugal, ter o primeiro Mundial da história é uma amostra do trabalho da nossa Federação e uma alegria muito grande para o povo português. Deixará um legado único. Os sonhos dos miúdos e das miúdas de 12 ou 13 anos de poderem jogar um Mundial em casa… É essa a razão pela qual trabalhamos no futebol. Lembro-me que, em 1982, a minha ideia de jogar um Mundial começou nas ruas. É uma grande notícia”, rematou depois, a propósito da organização do Campeonato do Mundo de 2030.