As duas avaliações médicas a Ricardo Salgado realizadas no âmbito dos processo que correm no Tribunal de Cascais e no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa encontram-se concluídas e revelam que o ex-banqueiro tem Alzheimer, avança esta sexta-feira o Expresso. A perícia neurológica foi ordenada em setembro pela juíza Ana Paula Rosa com a “máxima urgência” e tinha sido pedida pela defesa do ex-líder do BES.

Agora, é confirmado o diagnóstico de Alzheimer que já tinha sido feito pelo neurologista Joaquim Ferreira, médico particular de Ricardo Salgado. No entanto, não é por sofrer da doença que fica automaticamente escusado de ser julgado ou de atuar no processo enquanto testemunha. Os peritos podem, ou não, tomar essa decisão tendo em conta o estadio da mesma.

Caso EDP. Juíza ordena perícia neurológica a Ricardo Salgado para avaliar evolução da doença de Alzheimer

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Assim, segundo o semanário, a perícia efetuada em Coimbra pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) serve para avaliar as condições que tem de ser julgado, de se defender e de cumprir uma eventual pena. Já a perícia pedida pelo Tribunal de Cascais terá de concluir se o ex-banqueiro está em condições de testemunhar. A previsão é de que os relatórios completos das duas perícias sejam enviadas aos respetivos tribunais até ao final de novembro.

Recorde-se que no caso EDP, o ex-presidente do Banco Espírito Santo vai a julgamento por três crimes: um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

No âmbito de um outro processo, a Operação Marquês, Ricardo Salgado tinha pedido a realização de uma perícia neurológica mas a mesma acabou por lhe ser negada tanto pelo tribunal de primeira instância como pelo Tribunal da Relação. Noutros processos, o mesmo pedido tinha sido igualmente rejeitado. No total, foram quatro tribunais criminais a recusarem a realização da perícia. Só à quinta tentativa é que o requerimento da defesa teve sucesso.