Jovens do movimento Greve Climática Estudantil atiraram esta sexta-feira tinta verde contra o Ministério do Ambiente e deixaram na porta da entrada do edifício o plano que propõem para um serviço público de energias renováveis.

“Estamos aqui para declarar que não podemos continuar dentro da lógica de um sistema fóssil. A transição energética nunca vai acontecer nos termos de um sistema fóssil”, sublinhou Matilde Ventura, porta-voz da ação, num vídeo publicado nas stories da página de Instagram do coletivo. “Há um mês denunciamos que o nosso governo se sentava à mesa das negociações com empresas fósseis para negociar a transição energética e negociar o nosso futuro. Isso é um crime e nós denunciamos isso. Parece que tínhamos razão”, acrescentou a jovem.

Num comunicado enviado às redações, a porta-voz sublinha que ação pretende mostrar que “quem aperta as mãos com o sistema fóssil se suja”. “A corrupção é inevitável num sistema vergado às empresas, em que governos e instituições negoceiam o nosso futuro a troco de lucro”, defendeu.

O grupo quer “responsabilizar o governo por se sentar à mesa com grandes empresas para negociar algo que não deveria ser negociado: a transição energética e o nosso futuro”.

O governo caiu, mas não vai haver paz até ao ultimo inverno de gás. Qualquer que seja o governo, não vai haver paz: a crise climática não para e o nosso futuro tem de ser assegurado. Sem futuro não há paz (…). Esta é a vossa oportunidade de se pronunciarem: querem acabar com este sistema fóssil ou fazer parte dele?”, questiona a porta-voz.

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A Greve Climática Estudantil, que exige o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade renovável e acessível até 2025, tem protagonizado diversas ações ao longo dos últimos meses. Em setembro, membros do movimento bloquearam as entradas do local onde se realizava o Conselho de Ministros, em Algés. Ainda nesse mês, duas jovens atiraram tinta verde ao ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na abertura da conferência da CNN Portugal. Numa ação semelhante, atiraram também tinta ao Ministro das Finanças, Fernando Medina, durante a apresentação do Orçamento de Estado na Faculdade de Direito de Lisboa.

Atiram tinta, bloqueiam estradas e atrasam voos. Estratégias mais radicais podem prejudicar a mensagem sobre a crise climática?

O coletivo adiantou que a partir da próxima segunda-feira, 13 de novembro, está marcada uma onda de ações pelo fim ao fóssil, com o objetivo de parar instituições de ensino pelo país.